Um atirador abriu fogo neste sábado (27) dentro de uma sinagoga em Pittsburgh, na Pensilvânia, deixando ao menos onze mortos, segundo autoridades policiais. Seis pessoas foram feridas, sendo quatro agentes.

O suspeito foi identificado como Robert Bowers, 46, de Pittsburgh. Ele foi transferido para o hospital Mercy, com múltiplos ferimentos de bala.
Wendel Hissrich, diretor de segurança pública do estado, descreveu a cena do crime como horrível, "a pior que já vi em minha vida inteira." "É muito ruim", afirmou.

O ataque está sendo tratado como crime de ódio e sob investigação pelo FBI (a polícia federal americana). O incidente ocorre após uma semana em que vários pacotes-bomba foram enviados a políticos e personalidades críticos a Trump.

O Departamento de Justiça informou neste sábado que, ao ser indiciado por crime de ódio e outros crimes, o atirador pode vir a ser condenado à pena de morte.

Segundo informações de testemunhas e do FBI, o atirador entrou na sinagoga Tree of Life armado com um fuzil AR-15 e três revólveres e gritou que “todos esses judeus merecem morrer”.

O atirador estava deixando a sinagoga, após o massacre, quando deparou com um policial, afirmou o agente especial Bob Jones, chefe do escritório do FBI em Pittsburgh.

Segundo o secretário da Justiça do estado da Pensilvânia, Josh Shapiro, o ataque ocorreu durante uma cerimônia para dar nome a um bebê , durante os serviços religiosos de shabbat, quando a sinagoga estava cheia. 

"Este é possivelmente o maior ataque contra a comunidade judaica na história dos EUA", afirmou Jonathan Greenblatt, presidente da Liga Antidifamação, de plataforma antissemita. 

Em 2014, dois ataques a tiros contra um centro comunitário judaico e uma comunidade de aposentados, ambos em Overland Park, no estado de Kansas, deixaram três mortos. 

O presidente dos EUA, Donald Trump, qualificou o ataque de um ato malévolo de assassinato em massa e pediu que todos os americanos se unam contra divisões e o ódio. 

Trump afirmou que o antissemitismo "deve ser condenado e confrontado em todos e quaisquer lugares em que apareça". 

Em declarações anteriores, o presidente defendeu um endurecimento das leis que preveem a pena de morte. Afirmou que "o ódio tem de parar" e que "algo precisa ser feito".

O genro de Trump, Jared Kushner, que também é seu assessor, é judeu. Sua filha Ivanka é judia convertida e seus netos são judeus.

Trump afirmou, porém, que o controle de armas não tem "nada a ver" com incidentes como este e que, se a sinagoga tivesse seguranças armados, o ataque talvez tivesse tido outro resultado.

Em julho, o rabino Jeffrey Myers, que dirige a congregação, acusou o governo americano de ser incapaz de aprovar leis importantes, como a de controle de armas, para proteger os cidadãos.

"Apesar de apelos contínuos para um controle de armas sensato e cuidados à saúde mental, nossos líderes eleitos em Washington sabiam que isso diminuiria com o tempo", escreveu. 

"A menos que haja uma reviravolta dramática nas eleições de midterms [legislativas], eu temo que o status quo permaneça inalterado e que os ataques a tiros em escolas voltem."

O vice-presidente Mike Pence qualificou o ato como "um ataque à nossa liberdade religiosa".

A sinagoga Tree of Life se descreve em seu site como uma congregação tradicional, progressista e igualitária. 

Segundo o antigo chefe da congregação, Michael Eisenberg, policiais estão presentes na sinagoga apenas em grandes eventos religiosos. "Em um dia como hoje [sábado], a porta está aberta, você pode entrar e sair", disse à TV KDKA.

No momento do ataque, estima-se que 100 pessoas estivessem no edifício. A maioria dos frequentadores é de maior idade.

Fonte: FolhaPress

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