A rebelião que deixou 55 detentos mortos, entre eles 16 decapitados, em Altamira, sudeste paraense, nesta segunda-feira (29) é a segunda grande chacina do ano dentro de presídios do país e mais um episódio da crise que atinge o sistema carcerário do Brasil nos últimos três anos, com sequência de motins com alto número de assassinatos.
O próprio Centro de Recuperação de Altamira, onde morreram os detentos desta segunda, já havia sido palco de uma rebelião em setembro do ano passado, em que sete pessoas foram mortas.
Também no ano passado, em abril, 22 pessoas morreram em uma rebelião seguida de tentativa de fuga no Centro Penitenciário de Recuperação do Pará, no Complexo de Santa Izabel, região metropolitana de Belém. Entre os mortos, havia um agente prisional, 16 presos e cinco criminosos que ajudavam na fuga pelo lado de fora da prisão.
O episódio mais grave até agora neste ano aconteceu em maio, quando 55 presos foram assassinados em presídios de Manaus, reflexo de uma disputa interna pelo comando da facção Família do Norte (FDN). Em geral, o pano de fundo desses massacres são disputas entre facções pelo controle do crime.
Parte dessas mortes aconteceu no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), onde, no Ano Novo de 2017, 59 detentos já haviam sido assassinados -outras oito pessoas foram mortas nos presídios do estado nos dias seguintes, o que somou 67 assassinatos em uma semana.
A crise de janeiro de 2017 deixou um rastro de mortes também em Roraima e no Rio Grande do Norte. Na madrugada de 6 de janeiro, 33 presos foram assassinados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista. Um motim na maior penitenciária do RN, Alcaçuz, deixou mais 26 mortos.
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