Um sistema de cisternas feito com material reaproveitado e um objetivo ambicioso: universalizar o acesso à água Potável na Amazônia. Assim se define o Amana Katu, iniciativa mantida por estudantes da Universidade Federal do Pará. O projeto foi vencedor de competição mundial pela preservação da água do planeta, o World Water Race, e agora concorre ao título pela segunda vez.

As conquistas vieram da inquietação de um grupo de estudantes que não aceitavam ver diversas famílias morando em locais rodeados de rios, mas que mesmo assim não possuíam acesso à água potável. A solução pensada foi a instalação de sistemas de captação da água da chuva que possibilitam o uso para consumo doméstico.

Para fazer a montagem, o Amana Katu reaproveita materiais que seriam descartados pela indústria alimentícia e garante um produto 52% mais barato que concorrentes de mercado. O projeto, que beneficia principalmente famílias ribeirinhas das ilhas próximas a Belém, já reaproveitou mais de quinhentos mil litros de água e beneficiou mais de 2.800 pessoas.

A fórmula de sucesso criada pelos estudantes garantiu a vitória do World Water Race em 2018, quando o Amana Katu foi eleito a melhor iniciativa do mundo no combate ao desperdício de água. Este ano o projeto está novamente entre os 4 finalistas na competição que ocorre em setembro no Vale do Silício, Estados Unidos.

A classificação trouxe também desafios: a equipe lançou um financiamento coletivo para cobrir os custos dos representantes paraenses na competição. “Representar mais uma vez a Amazônia e o Brasil nos dá um orgulho e felicidade enorme e, sobretudo, resulta em mais retorno positivo e visibilidade para nossas comunidades”, ressalta Noel Orlet, presidente do Time Enactus UFPA, organização de projetos de empreendedorismo social da qual faz parte o Amana Katu.

Além de beneficiar famílias ribeirinhas, o Amana Katu promove capacitações profissionais e orientações acadêmicas a um grupo de jovens do Movimento República de Emaús que, junto com os criadores da iniciativa, auxiliam na montagem e comercialização. Eles mantém um sistema batizado de “5 por 1”: a cada cinco sistemas vendidos, um é doado a uma família que não possui acesso à água potável.

Foto: Divulgação

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