Descontos para a clientela fiel e cobrança de tarifa de bandeira 1 dia e noite. Essas são as alternativas que alguns taxistas em Belém encontraram para não continuar em desvantagem diante da concorrência com os aplicativos de transporte de passageiros e garantir a ceia de Natal deste ano. Alguns estão abrindo mão da medida, garantida por lei, que encarecia em 20% o valor da tarifa daviagem em dezembro.

De acordo com Alair Castro, presidente do Sindicato dos Taxistas de Belém, atualmente existem 5.402 desses profissionais na capital, “o dobro da necessidade para a população da cidade”. “Concorrem com o preço dos aplicativos, que são aleatórios e desleais de um serviço que já existia”. Ele afirma que as planilhas (bandeira 1 e bandeira 2) são elaboradas pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e que o sindicato não liberou nenhuma orientação aos taxistas a respeito do valor que deve ser cobrado dos usuários em dezembro.

“Já somos concorrentes de nós mesmos. Além disso, temos inúmeras dificuldades e preocupações. Há, por exemplo, perdas de profissionais que não conseguiram continuar na praça, que não conseguem renovar a frota; os constantes aumentos da gasolina, entre outros. O fato é que a bandeira 2 é um direito que assiste ao taxista e não tem para onde ele fugir. Cabe a ele aplicar ou não”, comenta Alair. A bandeira 2 representa um aumento de 20% na tarifa normal da viagem.

BANDEIRA 2

Para conseguir garantir a clientela e, consequentemente, se manter no mercado, Francisco das Chagas Neto, 50 anos, taxista há 25, diz que não vai abrir mão da bandeira 2. No entanto, não aplicará por 24h neste mês e ainda dará desconto aos passageiros. “Serão 20% de desconto nas viagens com bandeira 1 até 20h. É uma forma de agradecer ao cliente que se mantém com a gente”, afirma. “Espero que dê pelo menos para comprar o peru da ceia do Natal”, completa ele que é associado a uma cooperativa no bairro do Umarizal.

Já Elias Lima, 62 anos, taxista há 27, de uma associação no bairro da Pedreira, afirma que a forma de conseguir driblar a concorrência é deixar de lado os 20%. “Vai ser dia e noite na bandeira 1. Não tem jeito. Na verdade, será um desconto que estou dando ao cliente”, comenta.

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