A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu nesta terça-feira uma queixa-crime contra o ex-deputado Wladimir Costa (SD-PA) por injúria e difamação. Em 2017, ele chamou artistas de “vagabundos da Lei Rouanet” em discurso na Câmara dos Deputados. A petição foi apresentada por um grupo de atores – entre eles, Letícia Sabatella, Wagner Moura, Glória Pires e Sônia Braga.

Com a decisão, será aberta ação penal contra o ex-parlamentar na primeira instância do Judiciário, já que Wladimir Costa não tem mais o direito ao foro privilegiado. Ele passará à condição de réu. "O parlamentar lançou injúrias, difamação, imputou crime também a integrantes do setor artístico sem que tenha qualquer relação com o exercício do mandato. Foram proferidas palavras para atingir efetivamente a honra dessas pessoas", declarou o ministro Luiz Fux.

Em seu voto, o relator, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o discurso do então parlamentar “em nada acrescentou ao debate público sobre a melhor forma de distribuição dos recursos” da Lei Rouanet. Acrescentou, ainda, que o “parlamento não é para o livre mercado de ofensas”.

Alexandre de Moraes foi o único a votar contra o recebimento da queixa-crime, por entender que o parlamentar estava protegido pela imunidade quando discursou. Moraes ponderou, no entanto, que as afirmações de Wladimir Costa foram “grosseiras, mal-educadas”.

O ex-deputado foi intimado a se manifestar sobre o discurso, mas não apresentou resposta. Quem atuou em defesa dele foi a Defensoria Pública da União. Segundo o órgão, a conduta do ex-deputado estava “acobertada pela imunidade material conferida pela Constituição da República, pois foi proferida dentro de sua respectiva Casa Legislativa”.

Wladimir Costa vira réu por chamar artistas de “vagabundos da Lei Rouanet”
📷 |
Foto:

MAIS ACESSADAS