Com a queda de movimento nas ruas da cidade, escolas fechadas e cada vez mais trabalhadores cumprindo expediente de casa, já é possível notar pontos vazios onde normalmente se concentrava um grande número de pessoas. Na última terça-feira (24), paradas de ônibus e outros locais de aglomeração estavam cada vez mais vazios, mas ainda assim, com muita procura, é possível perceber grande concentração de transeuntes em alguns pontos da capital. Sobretudo em locais com prestação de serviços e venda de produtos, como feiras e mercados.

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Na feira da 25 de setembro, por exemplo, o fluxo de pessoas ainda era considerável, incluindo idosos, considerados do grupo de risco de contágio do novo coronavírus, realizando suas atividades normalmente. Para quem não tinha como parar de trabalhar, a opção era usar luvas e máscaras. Era o caso do feirante Raimundo Júnior, 39 anos, que tem na feira da 25 a única fonte de renda e sustento de toda a família. Renda esta que, segundo ele, teve uma leve queda nas últimas semanas.

“Tenho um freguês de mais de noventa anos, frequente, que há uma semana não vem aqui com essa questão dos idosos não saírem de casa. Eu mesmo fico com medo das aglomerações. Tenho mulher, filhos e até neta e eu mesmo evito de visitá-la por ser uma recém-nascida, mas dependo do trabalho para sobreviver e Deus nos livre dessa feira fechar. É sair de casa, fazer uma oração e torcer para que isso passe”, declarou.

Raimundo Júnior: o trabalho na feira é sua única fonte de renda
📷 Raimundo Júnior: o trabalho na feira é sua única fonte de renda |Ricardo Amanajás

A feira do Providência, no bairro da Maracangalha, era outro local que contava com grande fluxo de pessoas. Seja de bicicletas, carros ou a pé, todos dividiam espaços buscando realizar as compras em um dia aparentemente comum no bairro.

Em outro ponto da cidade, no bairro da Pedreira, a aglomeração de pessoas era em busca de máscaras para evitar transmitir doenças infectocontagiosas, como o novo coronavírus. Em uma loja, uma fila se formava, com pessoas já usando máscaras ou não, buscando mais estoques do produto. “Hoje que eu vim procurar, eu trabalho com dois idosos e pediram para comprar máscaras para protegê-los. Infelizmente, é o jeito se misturar agora para conseguir produtos e, assim, se proteger depois”, comentou a doméstica Nilcelia Cavalcante, de 49 anos.

Receio pelo risco de contágio existe, mas muitas pessoas ainda não estão mantendo o isolamento Foto: Ricardo Amanajás

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