Em meio a pandemia do novo coronavírus que assola o mundo, uma das formas mais sensatas de evitar o vírus é a quarentena. E a sociedade tenta ocupar o tempo em casa da melhor forma possível para tentar vencer o ócio, ansiedade e até mesmo uma possível depressão.

Algumas pessoas buscas algumas alternativas para vencer esses problemas que tendem a ser comuns nesse período. Para elas a arte, a música, a pintura, o artesanato, o audiovisual ou a fotografia se tornaram um refúgio para passar o tempo, como é o caso dos fotógrafos Clev Borges e Sandro Barbosa que têm feito seus registros em casa.

É bem verdade que fotografar em casa é uma prática comum, ainda mais com o acesso ao celular, mas os registros  de Clev têm um tema no mínimo curioso: surtos psicóticos  de uma quarentena, o que contrasta com o viés que desenvolve profissionalmente, a fotografia esportiva.  Já o Sandro , que além de  fotógrafo é poeta, procura conservar seu estilo poético nos registro dentro de casa, da mesma forma que faz nas ruas.

Profissionais transformam fotografia em terapia para vencer a ansiedade 
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Sobre o tema, Borges explica que é algo aleatório, não muito real. “Um surto psicótico nada mais é que uma coisa desorganizada, sem contexto real. Então, é tudo desorganizado, tudo aleatório”, conceitua.

Profissionais transformam fotografia em terapia para vencer a ansiedade 
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O autor faz o estilo autorretrato em preto e branco procurando mostrar o encontro consigo mesmo, como se tivesse realmente se conhecendo. Uma de suas fotos é de encontro com a própria sombra, além de fazer fotos expressivas para externar a ansiedade por já estar há duas semanas no isolamento social que reconhece ser necessário.

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O fotógrafo destaca que a fotografia para ele está sendo uma terapia para amenizar a ansiedade que por vezes quer alcançá-lo. Ele ressalta também, que faz as fotos em preto e branco para expressar melhor os seus sentimentos, por considerar um estilo mais expressivo.

“A fotografia é a minha terapia, pois eu tento sempre trabalhar e expressar aquilo que eu estou sentindo naquele momento de ansiedade, sabe?! E então, essas fotos eu resolvi fazer, e principalmente no preto e branco, que  é onde tem mais expressão. Todo dia tento fazer uma foto diferente”, detalha.

Assim como Clev, o poeta Barbosa, em sua  produção na quarentena, procura trabalhar o psicológico não só dentro de sua casa, mas também das demais pessoas que estão na mesma situação, e a fotografia acaba sendo a ferramenta de aproximação e de afeto, por meio de compartilhamentos com pessoas que  muitos são seus amigos.

 “Como tenho muitos amigos que estão em casa de quarentena, sem poder sair, muitos deles até com mais idade, assim eles não se sentem sozinhos, percebem que todo mundo está nessa conexão. Por isso, é importante partilhar e exercer afeto”, declara.

Sandro mantém um estilo poético em suas tomadas fotográficas dentro de casa. O profissional ressalta que é difícil ficar em casa, voltar a conviver no lar, já que a rotina antes era de correria do dia a dia na rua. Isso estimulou o artista a produzir fotos do cotidiano dentro do lar, da convivência e intimidade. “Trabalhar em um espaço mínimo com coisas mais intimistas” como frisou.

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“É um momento diferente e de voltar a conviver em casa, pois era difícil com a ritmo acelerado de antes. Essa volta da convivência, é uma coisa que procurei focar. É uma forma de procurar vencer tudo isso, esse é o lado bom da história. É o que sustenta a gente em pé”, Reforça o artista.

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Os dois profissionais incentivam que nessa quarentena todos possam tentar usar a criatividade para fugir da ansiedade do ostracismo, mas por outro lado reforçam que não se deve romantizar a quarentena, apesar de ser necessária. A realidade de cada um é diferente.

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