Apesar de ter dezenas de áreas protegidas, o trecho paraense da bacia do rio Xingu registra a maior taxa de desmatamento da Amazônia Legal. O levantamento é de ONGs ambientais, que estão cobrando ações de diversas instituições públicas para conter a destruição crescente. A bacia do Xingu engloba uma área de mais de 50 milhões de hectares entre o Pará e Mato Grosso, incluindo 28 Terras Indígenas (TIs) e 18 Unidades de Conservação (UCs). As áreas protegidas contíguas (21 TIs e 9 UCs) formam o Corredor Xingu de Diversidade Socioambiental, de 26 milhões de hectares.

As áreas desmatadas na bacia do Xingu correspondem a quase metade dos alertas de desmatamento registrados em todo o Pará entre agosto de 2019 e abril de 2020, apontou o Deter, ferramenta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que identifica os focos de desmatamento e queimadas em tempo real.

Já o monitoramento do Sirad X, sistema coordenado pela Rede Xingu+ para o acompanhamento de desmatamento, revelou que, de janeiro a abril de 2020, as taxas de desmatamento na região foram 20% maiores do que as registradas no mesmo período de 2019, apontando para um avanço do crime ambiental mesmo no período chuvoso.

O desmatamento no Xingu contribui para que o Pará seja o estado amazônico com a maior área de alertas do Deter entre 2019 e este ano. No estado, o aumento das áreas de alerta de desmatamento foi de 170%. Passou de 86 mil hectares, entre agosto de 2018 e abril de 2019, para 233 mil hectares, de agosto de 2019 a abril de 2020.

Foto: Reprodução

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