Apesar do intenso movimento de pessoas pelas ruas do centro comercial de Belém, lojistas e comerciantes ainda estão longe de conseguir melhorar o faturamento e se livrar da crise imposta pela pandemia de Covid-19. Na loja de confecções do Hikaro Carneiro, por exemplo, as novas peças chegaram, mas as vendas só registram alta quando começa o período de pagamento do auxílio emergencial, segundo ele. “Quando começa o pagamento do auxílio emergencial é que as pessoas vêm comprar. Seja para uso próprio ou para investir na compra de roupas para revender. E isto não é só aqui, todos os lojistas vão te dizer isso se fores andar pelo comércio”, frisou.

Atualmente Hikaro mantém três funcionários. Até antes da pandemia, contava com cinco vendedores no quadro da loja. “Quando a pandemia começou, tentei segurar ao máximo, mas a situação apertou e eu tive que desligar (demitir) dois trabalhadores”, pontuou.

Ele não foi o único lojista a fazer isto nos últimos tempos. Uma pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Pará mostrou que o setor do Comércio foi o que mais demitiu ao longo dos cinco primeiros meses deste ano. E os índices de desligamentos foram maior entre os meses de março a maio, os meses iniciais da pandemia. Neste período o setor do Comércio ficou com um saldo negativo de 6.827 postos de trabalho.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém, Joy Colares, o número de demissões só não foi maior por causa da Medida Provisória (que depois virou lei) que permitiu a redução da jornada de trabalho ou a suspensão de contratos. Mesmo assim o setor só deve apresentar melhoras a partir de outubro, dependendo da evolução da pandemia. “Essa crise começou em março, quando as restrições começaram. O mês de abril foi terrível e veio o lockdown (o fechamento total). O comércio voltou a funcionar em 1º de junho”, relatou Joy. “O movimento atual mostra uma queda de 40% nas vendas quando comparamos com a primeira quinzena de março”, apontou o titular do Sindilojas, que acredita que o mês de agosto também estará fraco, mesmo com o Dia dos Pais. “Estamos com expectativas para o Dia das Crianças, em outubro, e a Black Friday em novembro”, completou Joy.

Centro comercial está movimentado na retomada das atividades Foto: | Arquivo/Diário do Pará

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