Desde que começou a apresentar quadros recorrentes de hipoglicemia em agosto do ano passado, a vida de Juliana Martins, 18 anos, mudou completamente. “A minha vida parou. Na época eu estava cursando o ensino médio e só consegui concluir com muita dificuldade, fazendo trabalhos”, relembra.

Sem saber ainda o causador, procurou o Sistema Único de Saúde (SUS), através do Hospital Jean Bitar, em novembro. Foi lá que ela teve o primeiro conhecimento da doença: a Insulinoma, uma condição rara que ataca o pâncreas. A comprovação da doença, entretanto, foi feita somente no final de janeiro depois de várias crises de hipoglicemia.

“No dia 19 de janeiro dei entrada em outro hospital [um particular]. Fiz os exames que me diagnosticaram com Insulinoma. O único tratamento para ele é cirúrgico e já estou aqui há seis meses, tentando localizar o tumor e achar uma equipe cirúrgica que não tenha medo e aceite me operar para achá-lo”, desabafa.

“Já gastei, em média, três mil reais por conta dos exames que o plano de saúde não cobre. Minha família não é rica, tudo o que conseguimos é porque nos mobilizamos e tentamos nos ajudar”, disse a jovem, que até recentemente se recuperou de mais um quadro de infecção.

“A situação já saiu do controle e expor essa história foi a única forma que eu encontrei para conseguir que algum cirurgião se interessasse pelo meu caso e fizesse uma avaliação para uma possível cirurgia”, suplica Juliana, que há 15 dias procurou a direção do hospital particular, mas até o momento não teve retorno. "Hoje a minha vida se resume a um quarto de hospital", lamenta.

Foto: Arquivo Pessoal

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