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MEIO AMBIENTE

Tartarugas são soltas após identificação em praia de Algodoal 

Projeto Suruanã soltou em praia de Algodoal 43 filhotes de tartarugas marinhas. Estes animais voltaram a fazer com mais frequência seus ninhos nesta bela Área de Proteção Ambiental paraense

Imagem ilustrativa da notícia Tartarugas são soltas após identificação em praia de Algodoal  camera A soltura dos filhotes de tartarugas foi realizada na Praia da Princesa | Denilson d’Almeida

Algodoal, no município de Maracanã, nordeste paraense, que é uma Àrea de Proteção Ambiental, deixou de receber visitantes por cerca de três meses como forma de diminuir os riscos da pandemia do coronavírus.

Isso pode ter tornado as praias locais um cenário ideal para que as tartarugas marinhas desovassem na areia. Algodoal sempre foi local de desova para tartarugas, mas nos últimos anos isso vinha ocorrendo com menos frequência. Agora, estes animais voltaram a fazer seus ninhos lá.

O período de reprodução ocorre entre os meses de abril e setembro e até o final de julho cinco ninhos já haviam sido encontrados e identificados pelos pesquisadores do Projeto Suruanã, ligado a Universidade Federal do Pará (UFPA). Acredita-se que o número de ninhos deva ser maior, uma vez que o trabalho de monitoramento tem sido feito somente por uma única voluntária do projeto, que mora em Algodoal.

No último dia 1º, 43 filhotes de tartarugas marinhas da espécie Oliva foram soltos na praia após terem passado por um processo de identificação (biometria). Coordenadora do projeto, a bióloga Josie Barbosa ressaltou que as cinco espécies de tartarugas marinhas que existem na costa brasileira já foram vistas no litoral paraense. Inclusive, nestes 10 anos trabalhando com estes animais, ela já catalogou 200 tartarugas. “Na verdade a gente coloca uma anilha nelas e isso as identifica. Quando fazemos isso, a gente avalia o estado de saúde, verifica o peso e o tamanho. Fazemos todo um trabalho que vai auxiliar na conservação da espécie”, pontuou. As anilhas de identificação foram doados ao Suruanã pelo projeto Tamar.

Tartarugas são soltas após identificação em praia de Algodoal 
📷 |Denilson d’Almeida

As informações extraídas com a pesquisa em cada animal vão para um banco de dados que pode ser acessado por pesquisadores da UFPA e do projeto Tamar. “Os dados poderão ser acessados e a partir deste ano poderão ser publicados e servir de base para pesquisas, artigos e demais produções de conteúdo científico”, disse Josie.

O projeto Suruanã atua em três frentes de trabalho. A primeira fazendo o trabalho de monitoramento da reprodução das tartarugas marinhas, mas isso só foi possível depois de uma trabalho de educação ambiental com os pescadores da região do município de Curuçá (onde o projeto está sediado) e também de Algodoal. Outra linha de trabalho está focada justamente na interação do projeto com a pesca. “Os pescadores têm sido grandes parceiros, principalmente quando uma tartaruga fica presa nos currais e eles acionam a gente para fazer o resgate e tratar o animal”, comentou.

Em Algodoal, a voluntária do projeto é Alcione Alves, que há 15 anos monitora as tartarugas marinhas no local. Foi ela quem identificou os cinco ninhos com ovos depositados por tartarugas na área do entorno da Praia da Princesa.

“Faço esse trabalho antes da existência do projeto Suruanã porque sempre tive um carinho pelas tartarugas e sei da importância delas. No início foi muito difícil, cheguei a travar brigas com alguns pescadores por causa delas. Hoje eles me ajudam com o meu trabalho”, disse.

Ninhos

Ela recolheu os ovos que estavam em áreas de risco e transportou até ninhos que ela montou próximo ao local onde mora. “Eu espero, eu luto por isso há muito tempo, pela conservação das espécies” contou emocionada. Em 15 anos fazendo o trabalho de monitoramento ela diz que já ajudou entre 80 a 90 tartarugas a desovar. “Uma noite um cachorro latia muito para uma tartaruga e ela não conseguiu depositar os ovos. Voltei por várias vezes ao local, mas ela não retornou. Tive que conversar com a dona do cachorro para mantê-lo preso a noite porque ele assustava as tartarugas”, comentou Alcione.

A soltura dos filhotes ocorreu no fim da tarde e, como ainda havia veranistas na Praia da Princesa, várias pessoas assistiram a chegada das tartarugas na água. “Foi mágico. Foi a melhor experiência da minha vida. Hoje eu tenho mais um motivo para querer a preservação da ilha. Algodoal é especial”, disse o advogado Marcelo Brendo, 28.

Cuidados

Os filhotes foram medidos, pesados e avaliados se estavam em condições de serem soltos. Se conseguirem sobreviver, principalmente à ação de predadores naturais, com 25 anos as fêmeas poderão começar a reproduzir.

Tartarugas são soltas após identificação em praia de Algodoal 
📷 |Denilson d’Almeida
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