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O FUTURO CHEGOU!

Transformação digital: outras formas de comunicar

O cenário da pandemia acelerou a transformação digital e reconfigurou as formas de comunicação trazendo um novo comunicar

Imagem ilustrativa da notícia Transformação digital: outras formas de comunicar camera DOL

Foi de dentro de casa, usando máscara, com distanciamento social, por videoconferência, pelas redes sociais ou aplicativo de mensagens. Em tempos difíceis, novos desafios, outras formas de comunicar.

De repente, um “novo normal”. Hábitos do cotidiano readaptados, outras formas de trabalhar, de se comunicar, de interagir, um mundo cada vez mais online. A transformação digital, que antes era apenas um futuro não muito distante, virou realidade e veio efetivamente para ficar.

Oportunidade na necessidade

E essa proposta já faz parte da vida de muitas pessoas, como é o caso da artesã Lorena Lima, que se orgulha de sua origem indígena. Mãe de três filhos, de 14, 11 e 4 anos, ela estava em Limeira, cidade do interior de São Paulo, quando a pandemia começou, mas depois veio com a família ao Pará após encontrar dificuldade de trabalho.

Artesã mostra seus produtos no momento em que procurou outras formas de venda para garantir o sustento da família
📷 Artesã mostra seus produtos no momento em que procurou outras formas de venda para garantir o sustento da família ||Emerson Coe

Sem poder frequentar determinados locais e eventos por causa do lockdown, Lorena, que trabalha com artes indígenas e hippie, também precisou se reinventar. A internet foi a estratégia para vencer a crise.

VEJA O VÍDEO!

Com a ajuda da agência de comunicação e inovação "Mosaico", localizada em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, Lorena criou a página Raízes da Arte e foi uma das beneficiadas pela campanha. Com o design gratuito já pronto, ela apostou na rede digital para vender seus produtos.

“O que a gente vende não é de extrema necessidade e isso afetou bastante. Chegamos a vender as coisas pela metade do preço, trocamos mercadorias. Estávamos acostumados a estar na rua, nosso trabalho é ao ar livre, a gente sentiu também essa questão do contato com o público”, relembrou ela à reportagem que também precisou se adaptar seguindo as medidas higiênicas e sanitárias recomendadas pelas autoridades médicas e sanitárias.

Segundo Lorena, o seu trabalho passou a ser conhecido por outras pessoas depois que ganhou as redes sociais.

"De pouquinho em pouquinho a gente vai tentando ganhar espaço num mercado que já é bem disputado. O trabalho da agência ajudou na visibilidade da informação e para alcançar outras pessoas que não conheciam. E o melhor, grátis”, comemora a artesã.

Transformação digital: outras formas de comunicar
📷 ||DOL

Empreendedorismo digital e social

Neste cenário de transformação, busca por visibilidade e novas formas de comunicar, a mudança acelerada pela pandemia da Covid-19 impulsionou a demanda do mercado, pautada no comportamento do consumidor levando a formas diferenciadas de contato seja para quem compra ou para quem vende.

Para ajudar o mercado local na crise da pandemia, Aldo Soares e Francirley Araújo, estudantes de publicidade e comunicação, respectivamente, criaram uma campanha para pequenos empreendedores, com a produção e oferta de design gratuito, onde se enquadra Lorena. Para eles foi uma oportunidade de crescer e aparecer ajudando quem foi diretamente afetado pela pandemia, os empreendedores.

“A gente teve essa ideia vendo que muita gente perdeu o emprego na pandemia e migrou para o mercado digital, só que eles não sabiam como se comunicar ou vender seus produtos. E, nós, como comunicadores, achamos que deveríamos ter o dever social de ajudar as pessoas. Criamos a campanha de arte grátis, justamente para ajudar essas pessoas a fazerem seus produtos chegarem nos seus clientes”, explica Aldo.

"Campanha Artes Grátis". Veja como funciona!

Francirley relembra que a agência nasceu durante a pandemia, a partir da necessidade que eles viram de que alguns empreendedores estavam querendo divulgar seus serviços e/ou produtos, mas não sabiam como.

“Na pandemia, muitas pessoas perderam a sua renda, perderam seus empregos e tiveram que migrar para um lado mais empreendedor. O que acontece é que muitas vezes, a pessoa tem o produto, tem o que vender, a embalagem, mas não sabe divulgar”, destaca Francirley.

Cada um faz a sua parte e todos ganham. Acompanhe!

RECONEXÃO

E, para lidar com os desafios impostos pela pandemia, empresas e organizações precisaram se (re)conectar. É o que garante o diretor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/Pará), Rubens Magno, que acompanha de perto todo o processo de mudanças e adaptações.

“A pandemia, na verdade, só foi o motivo de aceleração para as empresas se adaptarem. E o panorama é, as empresas que não se adaptarem a esse processo, estão fadadas a cada vez mais, perderem seus clientes, que hoje buscam conectividade, atendimento sério, porém, com introdução digital e, principalmente, com segurança sanitária”, explica Magno em conversa com a reportagem já dentro de um novo conceito de comunicação que se multiplicou nos “tempos de pandemia”, a videoconferência.

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📷 ||DOL

Vendas digitais: um novo panorama

O diretor do Sebrae/Pará complementa que a reinvenção para se comunicar com o público durante a pandemia, principalmente entre os pequenos empreendedores paraenses, foi no aspecto digital.

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae apontou que 33% dos empreendedores passaram a realizar vendas digitais, tendo resultados positivos em seus negócios.

“Os que estudaram o novo comportamento do consumidor e do mercado, conseguiram se adaptar e certamente tiveram vantagens frente aos outros que não conseguiram ter essa adaptação tão rápida.

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📷 ||DOL

O Sebrae também precisou se modificar, adequar rapidamente. O primeiro passo foi transformar o atendimento em 100% digital. Depois, foram criadas ferramentas de grupos de WhatsApp, treinamentos online para que os empreendedores pudessem criar produtos dentro de sites, plataformas e redes sociais, como Facebook e Instagram. De fevereiro para março, o Sebrae/Pará foi de 10 mil para 16 mil atendimentos, um crescimento de 60% durante a pandemia.

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Uma comunicação mais humanizada

A especialista em marketing digital e redes sociais, Dani Walendorff, também concorda que a pandemia acelerou o processo digital, obrigando marcas e empresas a investirem e estarem mais presentes.

“Hoje, aquele marketing tradicional perdeu ainda mais o sentido. Você vê até grandes marcas, humanizando os seus canais e contatos. Não é mais só vender, é entregar valor, um propósito, algo a mais”, enfatiza a especialista.

Para Walendorff, o que vai diferenciar um produto, um serviço ou uma marca de outra é justamente esse olhar mais humano, de levantar causas e bandeiras, que realmente acreditem e valorizem.

“A empresa que se posiciona está muito à frente. Além de implementar o marketing digital, implementar esse processo de trabalhar uma comunicação mais humanizada é um desafio, mas hoje é uma realidade e quem não se adaptar, vai ficar para trás”, destaca.

Mudanças institucionais e comportamentais ocorreram

Humberto Costa é advogado, especialista na área previdenciária, e durante o ‘boom’ da pandemia, também enfrentou um grande desafio para atender seus clientes, principalmente os que não conheciam fisicamente o escritório. Diante disso, ele passou a atuar significantemente nas redes sociais e no site da instituição.

Dentre os serviços oferecidos pelo advogado estão os benefícios relacionados à Previdência Social, como aposentadorias, revisões de aposentadorias, auxílio por incapacidade temporária, auxílio doença ou auxílio por acidente, salário maternidade e outros benefícios previdenciários atrelados ao regime geral.

Para Costa, hoje, o atendimento remoto, digital, de fato é tendência “sem dúvida alguma, porque você consegue se relacionar com o cliente de qualquer lugar”. Uma grande surpresa para ele foi o público da terceira idade, que tem usado o smarthphone e a internet com mais entusiasmo.

Quem também apostou nas redes sociais e tem ganhado cada dia mais destaque é a oftalmologista e criadora de conteúdo paraense, Fátima Ramos. Em 2012, ela entrou no Instagram e em 2017, passou a inspirar mulheres 60+, através da criação de conteúdos sobre moda, gastronomia, lazer, viagens, de um modo geral.

Segundo Fátima, o grupo 60+, com base em uma pesquisa feia com mais de 400 pessoas do grupo, mostrou que 99% usam o WhatsApp, seguido do Facebook e do Instagram.

Veja em detalhes!

A especialista em marketing digital e redes sociais, Dani Walendorff, reitera que muitas pessoas ainda tinham um certo receio com o mundo digital, mas acabaram sendo “forçadas” a se inserir nesta transformação.

“Alguns já perceberam que não é um bicho de sete cabeças e começaram a usar. A terceira idade, inclusive, é um público muito ativo na internet, que está querendo experimentar, entender e até as marcas já estão analisando isso”, pondera Dani.

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Criatividade e inclusão

Se antes, a digitalização era uma vantagem, agora ela passou a ser essencial para muitas pessoas, empresas e indústrias, se viram forçadas a acelerar esse processo. Testes de novas ideias e até mesmo soluções criativas para estreitar relações. O que mudou na forma de se comunicar? Quais as novas tendências da comunicação neste “novo normal”?

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Sustentabilidade além das questões ambientais

O AmazôniaMarketing, por exemplo, foi uma das ferramentas criadas pelo Sebrae/Pará, como uma vitrine virtual e digital para que os empreendedores pudessem expor seus produtos e fazer contato direto e venda, para os clientes.

Em razão do distanciamento, jornalista e entrevistado tiveram de se adaptar na hora de fazer a reportagem. Solução foi a conversa através da webcam
📷 Em razão do distanciamento, jornalista e entrevistado tiveram de se adaptar na hora de fazer a reportagem. Solução foi a conversa através da webcam ||Emerson Coe

Além de aproximar as pessoas, gerando inclusão e capacitação, as ferramentas digitais, aliadas ao engajamento socioambiental e estratégias de relacionamento com o público, deve seguir como prioridade a partir de agora, além de alavancar o reconhecimento pelos consumidores.

“A questão da sustentabilidade já vem sendo falado há alguns anos. E esse momento de pandemia, só serviu para acelerar a importância do tema. Muitas vezes, quando se fala em sustentabilidade, muita gente só pensa nas árvores, meio ambiente, principalmente a gente, que está aqui na Amazônia, que é um lugar olhado pelo mundo todo. Mas, sustentabilidade é vida, é o ser humano”, finaliza.

Reportagem: Andressa Ferreira

Edição: Kleberson Santos

Multimídia: Emerson Coe

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