Na travessa Antônio Baena, esquina com a avenida Doutor Freitas, em Belém, já virou uma triste rotina passar por ali e encontrar centenas de sacolas de lixo próximas do canal. Valdeci Quitério, 53 anos, trabalha em uma empresa responsável pela limpeza de áreas urbanas e todas as vezes que se depara com a sujeira na via diz que sente um aperto vendo o trabalho feito com empenho simplesmente “jogado fora”.

“A gente fica muito chateado com isso. Ontem pela manhã aqui estava limpo. Hoje, como você pode ver, já está dessa forma. Nem parece que a visão era outra ainda ontem. Assim não adianta limpar, fazer as coisas, para no outro vir aparecer alguém com uma carroça e jogar tudo de novo. Basta vir o primeiro para que outros apareçam rapidamente”, reclama. Na mesma via, no bairro da Pedreira, o lixo não doméstico também pode ser visto em grande quantidade. Na frente da escola estadual Maroja Neto, próximo da travessa Humaitá, galhos, pedaços de madeira, móveis e lixo comum enfeitam a calçada e o canteiro.

Em resposta, a Prefeitura Municipal de Belém informou que, desde o início do ano, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) já apreendeu cerca de 200 carrinhos em madeira, utilizados nas ações de descarte indevido. Esse tipo de prática em via pública prevê multa que pode variar entre R$ 50,00 e R$ 50 mil, além de reclusão por até cinco anos. A pessoa que contratar o serviço ilegal pode sofrer sanção com pagamento de multa no valor de R$ 610,00. A Sesan, por meio do Departamento de Resíduos Sólidos, diz que coleta mensalmente cerca de 1,2 tonelada de lixo domiciliar e mais de 600 toneladas de entulho. As denúncias de descarte irregular podem ser feitas pelo serviço 156 ou ainda na Delegacia de Meio Ambiente.

Algumas áreas de Belém já foram transformadas em lixões Foto: Celso Rodrigues

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