As ruas vazias do centro comercial de Belém na manhã do último sábado (16) eram o reflexo de que, após as festas de fim de ano, as vendas deram uma esfriada no setor varejista. Segundo lojistas e vendedores ambulantes, o pouco movimento na primeira quinzena do mês de janeiro já é típico do período. Dentro de algumas lojas, poucos produtos restaram da famosa promoção de saldão, realizada também neste início de ano.

Gerente de uma loja de calçados, Cecília Amaral, 48 anos, diz que a cautela do consumidor para não acumular dívidas faz com que as vendas enfraqueçam nesse primeiro momento do ano. “Muita gente já fez suas compras no fim de ano, então, querendo ou não, ainda há muito o que pagar. Por isso, o movimento fica mais fraco mesmo. E olha que ainda temos produtos que ficaram em oferta, mas estão tendo pouca saída”, disse.

Por ali, não foram só os grandes lojistas que sentiram a baixa na comercialização de seus produtos. O vendedor camelô, Marivaldo Lopes, 31, diz que a clientela deu uma sumida, mas já mantém a expectativa que as vendas voltem a aquecer no próximo mês. “Com as promoções rolando desde o natal foi bom para vender o estoque que ficou parado ao longo do ano. Agora é ir atrás das novidades e mais peças para esperar os clientes nesses próximos meses”, torce.

O enfraquecimento das vendas já era previsto pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que na última sexta-feira (15), divulgou a revisão da previsão de crescimento do volume das vendas no varejo para 2021. De acordo com os dados apresentados, a previsão de aumento do comércio em 2021 caiu de 4,2% para 3,9%.

A lentidão no volume de vendas no setor no início de 2021 se dá por alguns fatores, apontou a CNC. Entre eles, o fim do pagamento do auxílio emergencial, o quadro ainda grave do mercado de trabalho, e também a alta da inflação.

Situação é típica de início de ano e já era esperada pelos lojistas Foto: Fernando Araújo

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