A Covid-19 deixa quase 410 mil mortos em todo o Brasil. Entre elas temos familiares, amigos, conhecidos, ídolos. Mas o sentimento em saber que alguém morreu em decorrência do novo coronavírus é de dor e empatia.

Maria Augusta dos Anjos, de 51 anos, de Parauapebas, foi mais uma vitima da Covid-19. Para quem não lembra dela, ela ganhou os jornais após receber em 2008, o coração transplantado de Eloá Cristina Pimentel. A vitima foi mantida refém e foi morta pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes, em São André, na região metropolitana de São Paulo.

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O crime comoveu o Brasil inteiro, porque a jovem foi feita refém por mais de cem horas e o crime foi noticiado durante 24 horas por dia.

O falecimento de Maria Augusta foi confirmado pela sobrinha dela, Jeanne Carla Rodrigues, ao UOL . Ela estava internada no Hospital Santa Terezinha, em Parauapebas, há cerca de um mês, mas vinha fazendo tratamento domiciliar antes de ser encaminhada ao local.

Os pais de Eloá lamentaram o ocorrido e fizeram questão de lembrar, que se a jovem estivesse viva, completaria 28 anos nesta quarta-feira (05).

Eloá no cárcere
📷 Eloá no cárcere |Reprodução
Eloá no cárcere
📷 Eloá no cárcere |Reprodução
📷 Eloá no cárcere |Reprodução

"Ela já era grupo de risco e há mais ou menos um ano vinha apresentando piora renal em decorrência dos remédios do transplante. Ela tinha que fazer exames com frequência, então não sabemos se ela pegou Covid em uma das consultas e exames ou de algum familiar”, explicou Jeanne.

Antes de ser internada no hospital Santa Terezinha, familiares foram com Maria Augusta até outra unidade onde, segundo a família, ela não foi aceita pois precisaria primeiro passar pela triagem na UPA.

"No dia 25 de abril ela ficou com muita falta de ar, ai as minhas tias levaram ela para o hospital, onde ficou internada e no dia 27 ficou com muita falta de ar e a oxigenação caiu para 50 ou 60% de saturação, e o normal é de 94 a 100%", contou.

Em 27 de abril, Maria foi intubada e o quadro de saúde foi se agravando. Ela já estava sem um rim, porque tomava 11 remédios por causa do transplante, e o rim que ela tinha vinha apresentando falha. Ela teve que dialisar lá na UTI, e as drogas que faziam o coração bater tiveram que

Maria Augusta soube que precisaria de transplante em 2006 em decorrência de cardiopatia congênita. Ela viajou de Pará a São Paulo em janeiro de 2007, e esperava pelo transplante desde então. Ela não estava no topo da fila de espera, mas se enquadrou em todas as características médicas para receber o órgão de Eloá.  Ela recebeu o órgão no dia 20 de outubro de 2008, no dia do seu aniversário. Além do coração, dos rins e do pâncreas, foram doados também os pulmões, o fígado e as córneas da adolescente. 

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