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BALANÇO DE ABRIL

Desmatamento na Amazônia cresceu 45% em relação a 2020

É como se três áreas completas de natureza da Ilha de Mosqueiro, por exemplo, tivessem desaparecido em um mês. Neste Dia Mundial do Ambiente, especialista diz que solução passa por maior participação popular.

Imagem ilustrativa da notícia Desmatamento na Amazônia cresceu 45% em relação a 2020 camera Folhapress

Dados mais recentes divulgados Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que o desmatamento na Amazônia Legal atingiu 778 km² somente no mês de abril. Para se ter uma ideia de comparação é como se mais do que três áreas da Ilha de Mosqueiro, que tem tamanho aproximado de 212 km², totalmente coberta de floresta, tivessem desaparecido. Mas a boa notícia de hoje (5), quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente é que iniciativas individuais como a prática de um consumo consciente e o boicote efetivo a produtos que contribuem para a degradação do meio ambiente, entre outras, podem contribuir para uma mudança desse cenário.

A informação é do pesquisador e cofundador do Imazon, Beto Veríssimo, que acompanha de perto há anos alguns dos principais problemas enfrentados na Amazônia como o desmatamento, as queimadas, garimpos e a grilagem de terras. Para ele, a região vive hoje o que ele chama de “tempestade perfeita de problema”. “Estamos vivendo uma situação bem ruim, como o aumento de todos esses problemas, que resultam não apenas no agravamento da questão ambiental, mas também em uma piora da questão social, porque a perda do controle dessas questões acaba atraindo menos investimentos para cá, acarretando em uma série de outros problemas sociais e econômicos”, explica.

Para ele, embora complexos e agravados nos últimos três anos por uma total falta de políticas efetivas destinadas ao meio ambiente, é importante enfrentar esses problemas e saber que a colaboração de todos é fundamental. “O câncer ou o principal problema da Amazônia hoje é o desmatamento. Precisamos estabilizar esse paciente e tirá-lo da UTI”, diz, ao comparar a situação enfrentada pela região a de uma pessoa doente que precisa ser tratada com urgência.

Os números de fato apontam que a situação é grave. Dados produzidos pelo Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), que monitora a região via satélites mostram que no último mês de abril houve um aumento de 45% no desmatamento em comparação ao mesmo período do ano passado, que foi 536 km². No topo da lista dos estados com maior área desmatada está o Amazonas que lidera a lista com a maior parte do percentual (28%), seguido pelo Pará (26%), Mato Grosso (22%), Rondônia (16%), Roraima (5%), Maranhão (2%) e Acre (1%).

Mas ainda diante do cenário devastador, Veríssimo acredita que os desafios possam ser superados. “Existem soluções viáveis. É possível fazer o reflorestamento em algumas das áreas que hoje estão devastadas, porque aqui temos as duas principais ferramentas para isso, água e sol. Já aquelas áreas em que não é mais possível fazer isso, poderiam ser aproveitadas para desenvolver a pecuária, por exemplo”, cita.

O pesquisador também aponta caminhos para os quais todos podem contribuir de forma individual. “Votar em quem tem comprometimento com essas agendas ambientais é uma dessas ações. Outra é, na hora de comprar produtos, recusar aqueles que têm origem de desmatamento, como é o caso de madeira sem documentação e da carne vinda de áreas desmatadas”, orienta.

POSIÇÃO

Ele cita ainda que as pessoas precisam se posicionar em relação aos problemas que envolvem a Amazônia. “A população está mais consciente sobre essas questões. O cidadão tem consciência que o desmatamento compromete o presente e anula o futuro, por isso precisam se manifestar sobre isso, usar suas redes sociais contra as empresas que mantêm práticas não sustentáveis. É preciso fazer um boicote aos produtos originados do desmatamento porque eles precisam de um mercado consumidor para se manter. A indignação tem que se converter em ação”, alega.

Assim como o cidadão, o governo também precisa sair da área do discurso e agir de fato. Nesse aspecto, a população pode e deve estar atenta e cobrar que o estado cumpra o seu papel. “Temos vivido três anos muito ruins na agenda ambiental, que não vem recebendo nenhuma prioridade. Essa retórica precisa mudar. É preciso sair do discurso, como o que vimos por ocasião da Cúpula do Meio Ambiente e trazer as coisas para a prática. E não dizer uma coisa e fazer outra”, disse ele, lembrando o fato do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro ter descumprido as promessas feitas sobre a preservação do meio ambiente, em abril deste ano, durante a Cúpula do Clima, ao cortar o orçamento destinado aos programas do Meio Ambiente em 35% e seguir avançando em pautas que enfraquecem ainda mais as leis ambientais no país.

O pesquisador reafirma ainda a necessidade do investimento em fiscalização para conter o desmatamento na região. “Essa é uma das principais armas, porque o desmatamento não ocorre do dia para noite. Temos satélites capazes de mostrar quando isso está começando a ocorrer para que a fiscalização possa agir. É preciso endurecer as leis contra a grilagem, com uma fiscalização ostensiva”, diz.

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