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IMPEDIDA DE EMBARCAR PELA PF

Africana que mora em Belém relata caso de racismo

Geraldine Fifame e sua filha de dois anos ficaram retidas na unidade da Polícia Federal e não puderam embarcar para o Benim. Suspeitas contra a cidadã beninense não foram confirmadas

Imagem ilustrativa da notícia Africana que mora em Belém relata caso de racismo camera Geraldine tentou embarcar para o Benim, na África, no dia 01 de junho | Reprodução/Instagram

Geraldine Fifame Dona Fadairo é uma cidadã de Benim, república localizada na costa africana do Atlântico, mas que reside em Belém, onde dirige uma loja de roupas com a temática afro. No dia 31 de maio, Geraldine e a filha, de dois anos, foram barradas por policiais federais no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, momentos antes de embarcarem em um voo da Ethiopian Airlines para o Benim.

Geraldine usou as redes sociais para denunciar tratamento por parte de agentes da Polícia Federal. Devido à abordagem, na qual não se confirmaram as suspeitas dos policiais, Geraldine perdeu o voo para seu país de origem.

De acordo com o relato da cidadã beninense, ao chegar ao balcão de check-in, o funcionário da companhia passou a apertar o telefone ao lado dele. Terminado o procedimento de check-in, o funcionário da companhia aérea informou que Geraldine deveria enviar as malas para uma sala.

Nessa sala, ela foi recebida por um policial federal, que reteve o cartão de embarque e passaporte de Geraldine. O policial revistou as malas da africana, que além de itens pessoais continham tecidos, que exalavam cheiro característico de cera.

Ainda segundo o relato de Geraldine, um teste rápido, possivelmente para a detecção de drogas, foi feito neste local, apontando resultado negativo. O policial, então, levou os pertences de Geraldine.

“Na minha frente passaram um papel de cor rosa sobre os tecidos para detectar algo, sem sucesso, em seguida um dos policiais levou dois tecidos para sede deles para realizar teste mais aprofundado. Aproximadamente 10 minutos depois ele volta e pede para eu seguir ele até o posto da PF do aeroporto”, contou.

Localização da República do Benim no continente Africano
📷 Localização da República do Benim no continente Africano || Wikipedia

Geraldine afirma que ouviu discurso racista de um agente da PF, que não estava usando crachá de identificação. "Vocês são muito abusados. Vocês chegam ao nosso país e acham que podem fazer o que quiserem. Se dependesse de mim, mandava todos vocês para a cadeia e arrumava um argumento qualquer para justificar isso", teria dito o policial, segundo o relato de Geraldine. Ela afirma também que, naquele momento, foi impedida de comunicar a situação ao marido, que ficou em Belém.

Por volta das 2h40, na madrugada do dia 1º de junho, ainda segundo o relato de Geraldine, um delegado que ela identificou como Pedro a informou que não houve a identificação de cocaína nos tecidos que ela levava, mas que, mesmo assim, o material (mais de 20 quilos) ficaria retido para novas análises.

Ainda restavam 20 minutos para a partida do avião da Ethiopian Airlines, mas Geraldine e sua filha continuaram sob a vigilância de policiais federais até as 7h.

SITUAÇÃO DE GERALDINE

Neste momento, Geraldine e a filha estão hospedadas em uma casa em São Paulo, sendo amparadas por outros cidadãos beninenses.

O Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo designou para o acompanhamento do caso a advogada Cleide Aparecida Vitorino, especializada em migração africana. A advogada explicou ao DOL que ainda não foi possível comparecer à unidade da PF no Aeroporto de Guarulhos, para a tomada de esclarecimentos sobre o caso e que terá novas informações nos próximos dias.

A advogada também informou que existe uma estrutura de apoio a migrantes disponibilizada pela OAB-SP para Geraldine. A possibilidade de ressarcimento da passagem aérea ou remanejamento das passageiras para outro voo deverá ser tratada com a companhia aérea Ethiopian Airlines.

A reportagem do DOL solicitou esclarecimentos sobre o caso e sobre a conduta racista praticada por agentes da PF contra Geraldine e outros africanos. Esta reportagem será atualizada tão logo o posicionamento da PF seja recebido.

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