Filas, falta de seringa e reclamações na vacinação em Belém

A vacinação continua sendo a maior esperança para o fim da pandemia da Covid-19. Todos os dias, milhares de pessoas torcem para serem imunizadas. No Pará, foram entregues 3.637.280 doses, sendo 1.239.440 da CoronaVac, 2.202.450 da Oxford/AstraZeneca e 195.390 da Pfizer. Até o início de julho, o Estado deve receber 174 mil vacinas da Sputnik V, imunizante produzido pelo Fundo Soberano Russo. Ao todo, 2.445.714 doses já foram aplicadas em todo o território paraense.

Na noite de terça-feira (15), a Prefeitura de Belém informou que decidiu antecipar a vacinação de pessoas com 50 anos ou mais. Anunciando que já nesta quarta-feira (16), seriam vacinados os nascidos de 1962 a 1969, além de idosos de 62 e 63 anos que receberam a primeira dose de AstraZeneca em março e receberão a segunda dose do imunizante hoje.

O anúncio tardio gerou reclamações e já dava uma ideia do caos que seria a vacinação do novo grupo. “Como que pode a Prefeitura de Belém anunciar mais de 19 horas, que tantas idades seriam vacinadas no dia seguinte. Cadê a organização? Nesse horário que eles anunciaram, os jornais locais já tinham terminado. Quer dizer, a pessoa é obrigada a ter redes sociais para poder saber que vai ter a vacinação no outro dia? Pois foi isso que aconteceu, eles colocaram a informação no Instagram e dane-se quem não tem. O certo era eles avisarem com, pelo menos, dois dias de antecedência. As pessoas precisam se organizar, pedir liberação no trabalho, as pessoas precisam receber a informação de forma correta”, reclamou a funcionária de uma loja, Helaine Ferreira.

Nesta quarta-feira (16), vários postos dos 24 anunciados pela Prefeitura de Belém amanheceram lotados e com grandes filas de esperas. “Cheguei no posto do Mangueirão antes das 6 da manhã e a fila já estava grande. Fui vacinado umas 11 horas da manhã. Graças a Deus consegui, mas estava uma desorganização muito grande, muitas reclamações”, conta a dona de casa Alda Maria.

minha mãe ta tentando se vacinar desde as 9hrs da manhã, saiu do mangueirinho por transtorno e ta enfrentando o mesmo transtorno em icoaraci .... filas quilométrica de baixo de sol

— storm (@hasnodragon) June 16, 2021

Mas quem chegou mais tarde nos postos de vacinação, enfrentou ainda mais transtornos. No posto do Mangueirão, por exemplo, as seringas e agulhas acabaram por volta de meio dia e só chegaram às 16h. E quem trabalhava no local na aplicação das vacinas teve que enfrentar a fome e a sede, pois, segundo eles, a Prefeitura de Belém não disponibilizou, até 15 horas, almoço e água.

O movimento realmente foi muito grande, mas os voluntários tentaram de todas as formas organizar e agilizar essa situação. Infelizmente ficamos sem alimentação o dia todo e tivemos que fechar o posto as 15hrs.

— Fábio Mota (@MotaFabio12) June 16, 2021

As principais reclamações de filas longas e grande tempo de espera foram o Mangueirinho e Cassazum.

Mangueiraozinho fila tá grande. Houve falta de seringas por quase uma hora.

— Marcelo Rodrigues (@10mrodrigues) June 16, 2021

Através de nota, a Prefeitura de Belém, através da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), informou que houve um comparecimento em massa deste grupo, neste primeiro dia de vacinação, o que acabou gerando filas, superlotação de alguns pontos e até mesmo falta temporária de abastecimento de imunizantes em alguns locais de vacinação, mas que foram todos repostos pela logística da Secretaria.

A Sesma reforçou que seguirá vacinado este público-alvo até a próxima sexta-feira, 18, nos 24 pontos de vacinação disponíveis, portanto, quem por algum motivo perdeu a vacinação no dia de hoje, pode comparecer até sexta-feira para garantir a sua vacina.

A Sesma informou ainda que precisou retirar o sistema de Drive-Thrur dos pontos, já que as vacinas que estão sendo ofertadas são além da Astrazeneca, para a 2° dose dos idosos, a da Pfizer, que tem uma condição especial de acondicionamento e que por isso não pode ser aplicada por meio deste sistema. Houve ainda um atraso na entrega da alimentação dos profissionais da saúde envolvidos na vacinação, mas a situação já foi normalizada.