Para muitas mulheres a menstruação ocorre mensalmente, os dias dos ciclos podem variar. Muitas não têm o mínimo de suporte para esses dias, manter uma higiene adequada é uma das principais preocupações. 

O Instituto Viver Periferia distribuiu cerca de 50 kits de higiene pessoal que continham itens essenciais como sabonete íntimo, uma caixa de sabonetes, barbeador e absorvente. O objetivo é garantir que as mulheres de baixa renda das periferias de Belém tenham dignidade no período menstrual.

A líder comunitária e empreendedora social Leila Palheta, coordenadora do instituto, também ministrou palestra sobre pobreza menstrual e a importância da higiene na rotina.

Embora pareça ser uma questão simples, a ação trata sobre a saúde pública nas comunidades afastadas do centro e abrigam famílias com dificuldade financeira. Em muitos casos, os moradores da periferia não tem o suficiente para custear a refeição, quanto mais os itens da saúde pessoal.

O Instituto Viver Periferia é uma entidade que existe para levar qualidade de vida para os moradores das periferias da Região Metropolitana de Belém e acima de tudo, valorizar o povo da região, levando condições para uma vida digna.

“Nós queremos ajudar as mulheres da periferia que nesse período de pandemia, estão passando por dificuldades financeiras, por isso é comum não ter condições de custear um absorvente ou sabonete íntimo”, conta Leila Palheta.

A moradora de icoaraci Regina foi uma das beneficiadas que recebeu o kit e também uma cesta básica. Ela comenta com entusiasmo sobre como a doação de alimentos vai abastecer a casa e o kit de higiene pessoal irá ajudar sua neta.

“Estou muito feliz por ter recebido a cesta e o pacote de absorvente que vai servir para a minha neta. Peço que esse trabalho venha crescer e multiplicar”, afirma Regina.

Condições precárias

Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a pobreza menstrual é caracterizada pela falta de acesso a recursos, infraestrutura e até de conhecimento dos cuidados envolvendo a própria menstruação. Isso afeta brasileiras que vivem em condições de pobreza e situação de vulnerabilidade em áreas urbanas e rurais.

No Brasil, 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não tem acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

O Instituto Viver Periferia ressalta que além dessas ações, é necessário políticas públicas inclusivas que tratem do assunto com prioridade, pois também se enquadra como saúde pública. Por esse motivo, a entidade seguirá desenvolvendo projetos de dignidade menstrual ao longo do ano para contribuir com a manutenção da saúde dos moradores da periferia.

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