Nos próximos meses a conta de energia elétrica ficará bem mais cara para o trabalhador. Com o aumento da tarifa da bandeira vermelha 2 (a mais alta) em 52%, anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Annel), a população começa a pagar a partir deste mês de julho, o valor de R$ 9,49 a cada 100 kWh consumido. Segundo o Governo Federal, o aumento se fez necessário devido à crise hídrica que o país enfrenta por causa da pior estiagem dos últimos 91 anos.
Para amenizar os impactos no bolso, a saída tem sido adotar medidas que ajudem a reduzir ao máximo o consumo, principalmente dentro dos lares. Doutorando em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Raphael Barradas explica que os principais vilões que podem causar um aumento maior na conta de energia são os eletrodomésticos de aquecimento ou resfriamento.
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“O principal deles é o ar-condicionado. Esses aparelhos, que também são de uso contínuo, necessitam de uma potência de energia bem mais alta para funcionar. Como seu uso é feito durante um período prolongado como, por exemplo, na parte da noite ou em dias mais quentes, como é agora o nosso caso nessa época do ano, ele acaba fazendo que as pessoas gastem muita energia dentro de casa e em outros espaços”, explica. “Já no caso dos aparelhos de aquecimento, o chuveiro elétrico é o que mais contribui para o aumento da conta de energia’’, afirma Raphael.
A digital influencer Lorena Abrahim precisou modificar vários hábitos para tentar reduzir o valor da sua conta de energia. Ela, que mora com o marido e seus dois filhos, chegou a economizar mais de R$ 60,00 entre um mês e outro. “Para chegar nessa economia, ao sair de casa desligo tudo o que for possível da tomada. Ventiladores, televisão, até o roteador de internet. A geladeira também sai da potência máxima para ficar na média”, conta.
Remover os aparelhos televisores dos quartos e deixar para uso apenas a televisão da sala, foi outra medida adotada na casa da influencer. Porém, com os últimos aumentos da tarifa, nem todo esse jogo de cintura foi suficiente para gerar economia. “Mesmo seguindo toda essa dinâmica e não fazendo nada de diferente dentro de casa, a nossa última conta, referente ao mês de junho, aumentou em R$ 96,37. Então a gente viu que a situação está bem difícil mesmo”, diz.
Eletrodomésticos devem ser usados com sabedoria
Para ajudar nessa economia, o engenheiro elétrico Raphael Barradas diz que é preciso sabedoria na hora de utilizar os eletrodomésticos que consomem maior energia, mas que são de uso indispensável no dia a dia. “Já sabemos que o ar-condicionado é o maior vilão da história, mas é possível usufruir desse aparelho e ainda assim economizar na conta de energia. Por exemplo, procurar ligar o aparelho por algumas horas, esperar refrigerar o ambiente e depois desligá-lo. Além disso, existem modelos que possuem a tecnologia inverter, que ajuda a diminuir bastante esse consumo”, destaca.
Os banhos com chuveiro elétrico ligado também devem ser regrados e feitos somente em ocasiões indispensáveis, orienta o especialista. “O chuveiro elétrico tem uma potência muito alta. Então, tomar um banho longo vai acabar aumentando a sua conta de energia. É preciso dar uma maneirada”, pontua.
Escolher um dia da semana para lavar todas as roupas sujas também é uma estratégia. “É comum que as pessoas lavem roupa quase que diariamente, mas isso também é um dos grandes fatores para o encarecimento das contas de energia. O indicado é conseguir acumular uma boa quantidade de peças para lavar de uma vez só. O mesmo vale na hora de passar as roupas, já que o ferro elétrico é outro eletrodoméstico que também consome uma boa quantidade de energia”, recomenda o engenheiro.
Ficar atento ao tipo de iluminação instalada e nas fiações elétricas é essencial para não extrapolar no consumo. “A iluminação representa de 5 a 7% da conta de energia. A gente recomenda que as pessoas optem por modelos de lâmpadas mais econômicos, como as de LED. A revisão e manutenção nas instalações também devem ser constantes. Uma rede mal dimensionada, disjuntores mal conectados geram perda constante de energia. Por isso é importante que esses detalhes também sejam sempre verificados por um profissional”, lembra.
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