Com a alimentação entre as mais caras do país, está cada vez mais difícil para o consumidor paraense falar de economia na hora de fazer supermercado. Trocar de marcas, substituir um alimento por outro e repensar se é ou não indispensável colocar determinado produto no carrinho e empurrá-lo até o caixa estão entre as estratégias que cada consumidor busca para conseguir pagar um pouco menos nas compras.
A dona de casa Socorro Silva, 58 anos, tem um gasto de aproximadamente R$ 1.500 por mês com supermercados. A família dela é pequena, formada por quatro pessoas. Da lista de compras, ela já cortou todos os itens que não são essenciais para abastecer a despensa. “O valor chega a este (de R$ 1.500), mas não dura 30 dias não. Até um ano atrás, mais ou menos, eu gastava metade disso e conseguia fazer umas compras que duravam até 40 dias. Hoje parece ser uma realidade distante”, comentou, enquanto escolhia uma peça de carne.
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O que ela tenta fazer para obter uma economia é pesquisar bem o preço de cada item, as marcas e verificar se pode substituir um por outro. Foi assim que fez com a carne, por exemplo. Ela levou um corte que estava mais em conta e que pode ser preparado de várias formas: Pode fazer bife, assada de panela até guisado com legumes. “Na prática, você não tem para onde correr. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas a gente tenta!”, disse, com bom humor.
Na pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) sobre o preço da cesta básica, no mês de maio, a mais recente, a alimentação dos belenenses ficou 1,97% mais cara. Além disso, nos últimos doze meses esse reajuste chegou a 14% e a cesta custa, hoje, R$ 515,84.
Nos corredores dos supermercados e lojas de atacados, não é difícil encontrar alguém calculando os preços dos produtos e rabiscando a lista de compras. O engenheiro eletrônico Tales Queiroz, 53, aprendeu a ser bem mais criterioso na hora de fazer as compras. Inclusive, segue quatro regras que compartilha com quem quer economizar. “Primeiro tem que escolher e saber qual é a loja mais barata. Nem sempre o supermercado mais perto de casa é o que tem o menor preço. É muito importante verificar isso”, iniciou.
“Quando você sabe em qual loja ir você revisa, várias vezes, a lista de compras”, prossegue. A terceira medida que o engenheiro toma para economizar é procurar por produtos e marcas alternativas, variando as que podem oferecer preço mais baixo e qualidade. “Por fim, é fundamental que você não vá ao supermercado de estômago vazio. Parece brincadeira, mas com fome você não consegue pensar direito e acaba sendo induzido a comprar o que não é essencial, principalmente lanches que podem custar caro”, disse.
Quando ele falou com a reportagem o carrinho dele ainda estava pela metade e faltavam vários itens para comprar. “Mesmo seguindo todos esses cuidados, tenho um gasto de quase R$ 2 mil com supermercado. Se eu não tivesse critérios, pagaria duas ou três vezes mais que isso”, comentou. Questionado sobre a inflação, ele diz que não acredita que ela reflita a real situação. “A alimentação está pesadamente mais cara e os alimentos aumentaram muito mais que a inflação”.
Se para quem compra para abastecer a despensa de casa está difícil, a situação está pior para Marcio Ribeiro, 43, que trabalha preparando marmitas para vender. “Eu deixei de oferecer no cardápio pratos que contenham carne vermelha e priorizei frango e peixe, mas mesmo assim tem ficado oneroso porque ainda não pude reajustar o preço da marmita”, disse.
LIMPEZA
Na lista de compras do empresário Marcos Malcher, 38, os itens que mais pesam no bolso não são apenas os alimentos. Ele aponta os produtos de limpeza como os principais vilões na ida ao supermercado. “E são aqueles itens que a gente poderia obter economia pela variedade de marcas, mas nem sempre comprar a marca mais barata é vantagem devido a qualidade do produto”, destacou. “Só esta parte da lista de compras custa pelo menos R$ 250 no meu orçamento mensal, antes comprava mais itens e não pagava R$ 150. Aumentou muito em pouco tempo”, afirmou.
SERVIÇO
- Substituir a marca dos produtos
Dependendo do item da lista de supermercado, optar por marcas menos tradicionais ou menos conhecidas pode ser vantajoso para o cliente. É importante observar os produtos que não ficam na altura dos olhos, às vezes os que são mais difíceis de serem visualizados podem custar menos.
- Pesquisar promoções
Algumas lojas mantêm uma cartilha de promoções da semana. É importante observar, logo na entrada, se há algum informativo sinalizando os produtos em promoções.
Também é importante ver os dias de promoção. Tem dias específicos de promoção para carne, hortifruti e pescado, por exemplo.
- Produtos de limpeza
Mudanças de comportamento em casa podem fazer a diferença na hora de ir ao supermercado. Usar a água da máquina (que contém sabão e água sanitária para lavar roupa) para lavar alguns cômodos da casa, como a garagem, área de serviço, vai ajudar a diminuir o consumo destes produtos.
- Compre o que precisa e não abandone a velha lista
Não abrir mão de fazer a lista de compras e colocando apenas os produtos que são indispensáveis.
- Compras a granel
Verificar se aquele item que você comprar é vendido a granel, daí você compra somente a quantidade que irá precisar.
- Atacadões
Se a família é grande e todos ajudam com as despesas, uma boa estratégia é comprar os alimentos não perecíveis em lojas de atacado
- Embalagens refil
Funciona bem para os produtos de limpeza, economiza bastante.
- Estabeleça um limite de gastos e anote tudo o que está saindo do seu bolso ou do cartão
Defina uma periodicidade para comprar: a compra mensal pode ser uma opção interessante para produtos de higiene, limpeza e cereais que têm prazos de validade mais longos. Para fazer mais economia, escolha a data em que o supermercado costuma fazer a reposição de estoques.
- Pesquise preços
Atualmente há sites e aplicativos para celulares que facilitam a pesquisa de preços em supermercados em todo o país. Pesquisar in loco também ajuda, se você tiver tempo.
- Prefira produtos da estação
Frutas e hortaliças custam menos, são mais frescas e nutritivas conforme a estação em que são colhidas.
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