O carro de venda de alimentos Newton Lanches, que fica na avenida Generalíssimo Deodoro, bairro de Nazaré, em Belém, celebra mais de 50 anos de tradição. A comemoração não é apenas pelo sucesso, mas pelo fato do lucro possibilitar os quatro botijões de gás consumidos no estabelecimento, uma vez que o produto apresenta constantes aumentos de preço nas revendedoras. “Compro pelo menos quatro botijões, um por semana, aqui para a venda, pelo valor de R$ 100. Ou seja, gasto R $ 400 por mês só com gás, que só não lamento mais porque graças a Deus tenho vendido bem os lanches, que ajudam a pagar pelos botijões, mas esperamos que não aumente mais com tanta frequência”, disse Raimundo Newton, 63, proprietário.
Porém, a esperança de congelamento dos preços do botijão de gás está longe de ocorrer, uma vez que pesquisas indicam os seguidos reajustes. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), por exemplo, em análise do preço do gás de cozinha em 98 postos de venda no Estado, entre os sete primeiros dias de agosto, registrou o valor médio de R$ 99,88. Em Altamira, sudoeste do Pará, o produto chega a ser vendido a R$ 130, uma das cidades com preço mais caro do país.
Em Belém, ainda de acordo com a ANP, o preço médio do botijão, também durante os sete primeiros dias de agosto, foi de R$ 99,63, mas em alguns lugares foi vendido a R$ 110. Essa alta dos preços foi confirmada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese-PA), que pesquisou que na capital o gás de cozinha teve aumento de 18% no primeiro semestre do ano e de 32%, entre junho de 2020ao mesmo mês deste ano.
Os aumentos são motivo de preocupação para a população, principalmente a quem necessita usar por questões de trabalho. “Tenho comprado a R$ 100 no posto, isso porque o dono me dá desconto de R$ 5 porque compro com frequência aqui para a venda, já que compro um por semana. Aumenta muito nosso custo, que somado a outros gastos preocupa a gente, que não pode fazer com que os clientes paguem mais caro”, disse Neide Sobrinho, 37, dona da barraca Tacacá Paraense, em frente à Basílica.
“A gente não compreende esses aumentos, mas não pode deixar de comprar porque dependemos dele. Vou ter de continuar a pagar caro pelos seis botijões que uso mensalmentea R$ 105”, finaliza Mariana Silva, dona da barraca Raízes da Mandioca, também em frente à Basílica.
PESQUISA
Pará
- 01 a 07/08
Preço mínimo: R$ 88
Preço máximo: R$ 130
Preço médio: R$ 99,88
Belém
- 01 a 07/08
Preço mínimo: R$ 88
Preço máximo: R$ 110
Preço médio: R$ 99,63
fonte: apn preco.anp.gov.br/
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