Loja exige vestido curto e decote de mulheres em entrevista

A busca por um emprego não tem sido nada fácil para quem quer ter a chance de se recolocar no mercado de trabalho. Além das dificuldades gerais que todos os candidatos vivenciam, para o público feminino, conseguir a tão sonhada vaga se torna ainda pior.

Mesmo com currículos carregados de grandes experiências e deixando claro que muitas capacidades têm total capacidade para ocupar uma vaga de trabalho, diversos são os relatos de empresas que praticam assédio para que o público feminino consiga ocupar o cargo.

Uma jovem de 22 anos viveu momentos de puro constrangimento durante uma entrevista de emprego em uma loja de produtos de computador, no Distrito Federal. Uma das exigências do estabelecimento para ocupar a vaga seria o uso de vestido curto e decote grande.

Noemi Cristiane Cavalcanti desabafou sobre o assédio sofrido durante o ocorrido. A jovem está desempregada e tem dois filhos. Ela buscou a oportunidade após encontrar o anúncio em um site.

“Falava que seria para secretária, com salário de R$ 1,5 mil, mas não tinha especificação nenhuma”, conta.

Ela entrou em contato com a loja e informou que enviaria o currículo para análise da empresa. Como tinha experiência em faxina, atendente de padaria e vendedora, ela considerava se encaixar nas exigências da vaga.

“Foi aí que me responderam já com um texto enorme falando que precisavam de uma mulher atraente. Pediram nome, Instagram pessoal, foto do corpo e do rosto”, destaca.

Assim que percebeu que se tratava de assédio, ela decidiu continuar a conversa para ver até onde a empresa chegaria.

“Perguntei se o vestido seria pela empresa e disseram que sim, mas que se eu pudesse já usar um no dia da entrevista, seria melhor”, relembra.

Veja:

A loja alegou que "“o celular da loja havia sido furtado e alguém ficou fazendo graça com os clientes e com pessoas inocentes”. A mesma disse que o número só foi recuperado na última sexta-feira (20).

A empresa também declarou que não estava contratando novos funcionários e ainda afirmou ter sido vítima de golpistas que estavam pedindo dinheiro em nome da loja. “Prejuízo de mais de R$ 5 mil até agora, fora o nome da loja que está sendo queimado por conta de um infeliz”.

O estabelecimento comercial disse, ainda, que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do DF (PCDF). Porém, foi pedido uma cópia do BO e o responsável relatou que “não conseguiu localizar”.