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REGIÃO NORTE

Pará lidera em queda de procedimentos pelo SUS 

Segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina, houve 415 mil exames, consultas e cirurgias a menos no Estado em comparação com 2019, uma queda de 17% ocasionada pela pandemia

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Imagem ilustrativa da notícia Pará lidera em queda de procedimentos pelo SUS  camera Em relação às cirurgias eletivas pelo sistema público, a redução no Pará foi de 27% | Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Em 2020 houve uma queda na realização de quase 27 milhões de exames ambulatoriais, consultas, cirurgias e outros procedimentos eletivos - que não são de urgência e emergência - no Sistema único de Saúde (SUS) em todo o país. Na região Norte o recuo foi de quase um milhão de atendimentos (997.875), o que representa queda de 21%. O Pará foi o Estado que apresentou o maior recuo na região, com 415.754 procedimentos (-17%).

Na sequência aparecem os Estados do Amazonas (393.500); Rondônia (71.600), Acre (55.800); Tocantins (51.300) e Roraima (38.400). Apenas o Amapá teve aumento, na ordem de 33%, com 28.700 procedimentos a mais. Os dados são do mais recente levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) que analisou os efeitos da pandemia nos procedimentos de março a dezembro de 2020 do ano passado com o mesmo período de 2019, comparando o volume de atendimentos médicos registrados no Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS).

No rol das cirurgias eletivas, o Acre (58%) e Rondônia (51%) foram os que apresentaram as maiores quedas não apenas na região Norte, mas em todo o país. No Pará a redução foi de 27%, vindo a seguir Roraima (20%), Amazonas (15%) e Tocantins (1%). Na contramão aparece o Estado do Amapá com um aumento de 11% no número desse tipo de cirurgias.

De acordo com o conselho, a redução nos procedimentos ambulatoriais afetou todas as regiões do país. Em quantidade absoluta, o impacto foi mais significativo São Paulo e Minas Gerais, com 5,7 milhões (-24%) e 4 milhões (-31%) a menos, respectivamente. No ranking das áreas médicas mais afetadas estão a oftalmologia, com queda de 6,3 milhões (-34%) de procedimentos; radiologia com 5,4 milhões (-30%), clínica médica com 2,8 milhões (-33%) e radioterapia com 2,6 milhões (-92%).

Os exames preventivos contra o câncer também registram queda significativa: a mamografia bilateral, por exemplo, vital para a detecção precoce do câncer de mama, saiu de 3,2 milhões de exames realizados em 2019 para 1,7 milhão (-48%) em 2020. O Papa Nicolau, importante para o rastreamento de câncer no colo uterino, passou dos 2,3 milhões para 1,1 milhão (-51%). Já a redução no volume das cirurgias eletivas, hospitalares ou ambulatoriais chegou a 31%.

ENFRENTAMENTO

Ainda de acordo com o CFM, no primeiro semestre deste ano, foram realizados 50 milhões de procedimentos eletivos, 20% a mais que o registrado no mesmo período de 2020. Mas quando comparado ao primeiro semestre de 2019 houve queda de 14%.

“Uma das medidas de enfrentamento à covid-19, de reconhecimento nacional e internacional, foi a suspensão de procedimentos eletivos com o intuito de preservar equipamentos de proteção individual, preservar leitos e evitar o colapso do SUS e consequente desassistência a pacientes infectados pelo novo coronavírus”, afirmou Mauro Ribeiro, presidente do CFM em entrevista ao portal do conselho. Segundo ele, o desafio agora é “preparar o Brasil para a retomada segura desses atendimentos”.

O impacto negativo nos atendimentos médicos nos ambulatórios da rede pública foi mais drástico durante os dois primeiros meses após a decretação de calamidade pública. Em abril e maio do ano passado, a pandemia baixou pela metade os atendimentos eletivos oferecidos pelas mais diversas especialidades médicas.

O tesoureiro do Conselho Federal de Medicina, José Iran Galo, afirma que os números revelam a restrição de acesso aos hospitais, o contingenciamento de leitos hospitalares para o tratamento da Covid-19 e o medo dos pacientes em procurar auxílio médico em razão da pandemia. “Para reverter e normalizar esse quadro, os governos federal, estadual e municipal devem se unir às entidades médicas e à sociedade civil organizada no sentido de adotar medidas para promover o retorno seguro desses atendimentos em todo o país”, coloca.

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