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Coruja "rasga mortalha" é vítima de caçadores em Belém

Espécie de coruja ainda é vítima de preconceito popular.

Imagem ilustrativa da notícia Coruja "rasga mortalha" é vítima de caçadores em Belém camera A Suindara ou Coruja de Igreja, tem um grito fortíssimo, “chraich” (“rasga-mortalha”), que emite frequentemente durante o voo. | Reprodução

Quem já ouviu a história de que quando a Rasga Mortalha passa por uma residência, é sinal de mau agouro? O problema é que a lenda, muito comum nas regiões norte e nordeste, faz com que a coruja, também conhecida como coruja de igreja e Suindara, seja mais uma das vítimas de violência e preconceito popular. Para a Suindara, mau preságio pode ser encontrar um humano pela frente.

“As pessoas atiram pedras, dão tiro e provocam lesões que em sua maioria das vezes leva ao óbito desses animais. Nós já recebemos animais com traumas provocados por agressão, e ultimamente, temos recebido filhotes dessas corujas”, lamenta a professora Ana Silvia Ribeiro, coordenadora do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

Coruja "rasga mortalha" é vítima de caçadores em Belém
📷 |Arte: Mariane Smith, Ascom Ufra

Ao contrário da lenda, a Suindara tem um importante papel na biodiversidade, e é uma sorte tê-la por perto. De acordo com a professora, é necessário informar e alertar a população sobre o papel ecológico desse animal. “Não podemos deixar que as lendas populares sejam justificativas para a prática da violência contra elas. Ela é uma espécie carnívora, que se alimenta de roedores e pequenos mamíferos, anfíbios, pequenas aves e insetos. Nos ambientes urbanos é uma controladora de roedores e insetos, com um papel ecológico importante”, explica.

A Suindara é da espécie Tyto furcata, e possui um timbre agudo, que lhe deu o nome popular de rasga mortalha. “Para os leigos soa como um grito forte, que ela emite frequentemente durante o vôo. O objetivo pode ser um som de alarme e interação social entre os indivíduos”, explica. Além do canto característico, é fácil reconhecer uma Suindara. Isso porque ela apresenta disco facial em forma de coração, olhos escuros e pequenos, pernas relativamente grandes, plumagem predominantemente branca e parda, não havendo diferenciação sexual.

“São conhecidas por serem predadoras com hábitos noturnos e crepusculares, que vivem em áreas abertas e semiabertas, podendo ser encontradas em áreas rurais e também em cidades. São animais que caçam principalmente nas primeiras horas da noite ou antes do amanhecer e, preferencialmente, se alimentam de roedores e invertebrados. No ambiente urbano se abrigam em forros dos prédios residenciais, torres de igrejas, e lá fazem seus ninhos”, diz a professora.

E se encontrar uma Suindara na residência, o que fazer?

Se o animal estiver machucado é preciso procurar, avisar ou entregá-lo para o órgão ambiental do seu município. Em Belém, é preciso procurar a Secretaria de Meio Ambiente (SEMAS), que encaminhará o animal para o atendimento veterinário especializado, que pode ser o CETRAS UFRA, o HOVET da UFPA, ou algum outro centro.

“Se o animal estiver saudável e estiver em forro do prédio ou algum outro estabelecimento predial, deve ser chamado o corpo de bombeiro, o IBAMA, a Semas, para providenciarem a retirada do animal, que muitas vezes está com ninho e filhotes”, explica a professora.

Em 2020, a superintendência do Ibama em Sergipe lançou uma cartilha, “A coruja Suindara e o Sabiá Laranjeira”, para estimular de forma lúdica as reflexões sobre preservação ambiental.

O material está disponível para download AQUI

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