Quase 12 milhões de famílias brasileiras, em todas as regiões do país, tinham dívidas no final do primeiro semestre deste ano. Em pelo menos oito capitais, o percentual de endividamento entre os agrupamentos familiares bateu recorde no primeiro semestre entre os meses de janeiro a junho deste ano. A taxa média de endividamento de 71,4% é a maior da série histórica iniciada em 2010, sendo 15,6% superior à média registrada no mesmo período entre os anos de 2010 e 2020. Belém é a quarta capital com menor taxa de comprometimento: 63,3%. Mesmo assim, a capital paraense teve mais de 10.610 famílias incluídas no rol dos endividados neste ano, apesar de ter registrado queda de 2,5 pontos percentuais em relação à média histórica de 2010 a 2020, que foi de 65,9% de famílias endividadas.
Os dados são da Radiografia do Endividamento das Famílias, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O levantamento mostra que, com relação ao ano passado, 733,9 mil famílias entraram em processo de endividamento. Se comparado a 2019, foram 1,36 milhão de lares brasileiros com problemas financeiros.
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De acordo com os técnicos da Fecomércio, os números são reflexo da volta da confiança dos brasileiros em consumir (e do sistema financeiro em conceder crédito), após um período de consumo represado durante a pandemia, quando as famílias direcionaram os gastos para compra de itens essenciais – evitando a aquisição de produtos como eletroeletrônicos, vestuário, veículos, entre outros (mais comumente comprados a prazo).
Também contribuiu para o endividamento recorde, segundo os economistas, o fato de muitos lares terem conseguido economizar ao deixar de fazer viagens ou outras atividades de lazer por causa do isolamento social. Essas famílias estariam agora recorrendo à “poupança” feita no isolamento para fazer novas dívidas.
Entre as oito capitais mais endividadas o destaque vai para Rio Branco, no Acre, com 92% das famílias declarando ter algum tipo de dívida. Entre as capitais com as cinco maiores taxas de comprometimento da renda, quatro estavam localizadas nas regiões Norte e Nordeste.
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