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Trabalho informal cresce mais do que o com carteira assinada

Segundo análise feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em 10 das 13 atividades econômicas onde houve alta no emprego com carteira assinada, a variação foi mais branda que a do emprego sem carteira

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Imagem ilustrativa da notícia Trabalho informal cresce mais do que o com carteira assinada camera No setor do comércio em todo o país, o emprego com carteira assinada aumentou 8,8%, e o emprego sem carteira, 26,8% | Ricardo Amanajás/Agência Pará

Com o desemprego recorde no Brasil, pela primeira vez o trabalho informal (sem carteira assinada) cresceu mais do que o trabalho com carteira em todas as atividades econômicas que abriram vagas em relação ao ano anterior. A análise foi feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).

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O levantamento mostra que, no 3º trimestre de 2021, quase 30% dos cerca de 13,5 milhões de desempregados estavam em busca de uma vaga há mais de dois anos, maior porcentual de pessoas nessa situação em toda a série histórica iniciada em 2012.

O Ipea observou que, apesar da taxa de desemprego se manter alta, a ocupação nesse mercado informal (sem carteira assinada) no setor privado aumentou 18,5%, enquanto o estoque de trabalhadores atuando por contra própria teve elevação de 18,4%.

Em 10 das 13 atividades econômicas onde houve alta no emprego com carteira assinada, a variação foi mais branda que a do emprego sem carteira.

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O segmento de serviços domésticos teve a maior diferença registrada entre o crescimento anual do emprego formal, ou seja, com carteira assinada, (+4,0%) e do emprego informal, sem carteira assinada (+28,1%).

O segmento de alojamento e alimentação teve um salto de 22,0% no emprego com carteira assinada, mas a variação do emprego sem carteira foi quase o dobro, 39,2%.

Na indústria de transformação, a alta no estoque de vagas com carteira foi de 8,7%, enquanto o de sem carteira subiu 22,6%. Na indústria extrativa, o emprego com carteira aumentou 6,3%, e o sem carteira cresceu 22,5%. No comércio, o emprego com carteira aumentou 8,8%, e o emprego sem carteira, 26,8%.

Por outro lado, o setor de construção civil registrou uma das menores diferenças entre o crescimento do emprego formal (+19,2%) e do emprego informal (+22,5%). Na agricultura, o emprego com carteira subiu 7,2% em um ano, e os sem carteira, 8,8%.

“Apesar de expressivo, esse crescimento do emprego informal já era esperado, tendo em vista que, com o controle da pandemia, os setores mais intensivos neste tipo de mão de obra (comércio e serviços) estão retomando suas atividades e gerando, por conseguinte, novos postos de trabalho. Em contrapartida, como o emprego formal foi menos atingido, o seu ritmo de expansão tende a ser mais ameno, mesmo em um contexto de recuperação econômica”, apontaram os técnicos no estudo do Ipea.

Ainda segundo o estudo, a expectativa para os próximos meses é “de um crescimento menos acentuado da ocupação em 2022, refletindo um desempenho mais moderado da atividade econômica”.

Por outro lado, os empregos com carteira assinada apresentaram um desempenho mais moderado (8,6%). Essa melhora das condições do mercado de trabalho, impactada pela aceleração do ritmo de criação de empregos nos últimos meses, segundo o Ipea, pode ser apontada como o principal fator de redução do desalento no país, cujo contingente passou de 5,8 milhões para 5,1 milhões entre 2020 e 2021.

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