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Tradição das bancas de revistas resiste ao tempo

Mas para sobreviver, foi preciso se adaptar às mudanças de hábito dos clientes, para oferecer os produtos que mais buscam. Fidelizar o consumidor é a chave para manter as bancas em funcionamento.

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Imagem ilustrativa da notícia Tradição das bancas de revistas resiste ao tempo camera Wagner Almeida/ Diário do Pará

As tradicionais bancas de revistas continuam resistindo às mudanças do tempo. O local de compra de revistas, jornais, catálogos e livros foi reformulado durante os anos e hoje atende um público segmentado. O ofício de jornaleiro atravessou décadas de incertezas, mas hoje resiste mais do que nunca vendendo os mais diversos tipos de produtos e firmando uma clientela variada, com um interesse voltado para o universo dos games, filmes de heróis e influência da cultura japonesa, as mesmas tendências que também estão em alta na internet.

Sebastião Cid, dono da banca do Cid, tem 65 anos, trabalha há 31 anos como jornaleiro e é um dos mais antigos donos de banca de Belém. Durante os anos em que trabalha no ponto, localizado na avenida Rômulo Maiorana com a Humaitá, ele presenciou a diminuição no número de distribuidoras especializadas, um dos motivos para a redução na variedade de revistas que chegam à região Norte e no quantitativo de clientes.

Com o tempo, a banca de revista foi reformulada e passou a seguir as tendências atuais, com vendas de HQs e mangás, além da divulgação por meio das redes sociais, como o Instagram e o WhatsApp, e a adesão a serviços de entrega. Cid conseguiu firmar um público fiel, que tem um maior poder aquisitivo, e o faturamento aumentou cerca de 200%.

“Hoje, o que sustenta as bancas do país é a Panini com produtos da Marvel e da DC. A realidade é que Belém nem recebia e eu pedi pra mandar porque a gente ia vender. Eu tenho um grupo [no WhatsApp] chamado Marvel DC que tem oitenta participantes que eu diria que é cerca de 60% do meu faturamento na banca. Aí eu fotografo o que chega da Marvel, coloco lá e eles começam a pedir, a gente vai só separando. Às vezes acaba a revista sem que primeiro tenha chegado na banca, só pela reserva que não tem erro”, conta Cid.

DIFERENÇA

Segundo o jornaleiro, essa foi uma forma de perceber uma diferença na forma de consumo das revistas nos últimos cinco anos. “Antigamente, a revista de informação era o que mais saía. Eu vendia uma média de 25 a 30 [revistas] Veja por semana e hoje em dia eu não vendo nem cinco. E a revista de fofoca, que todo mundo assistia a novela e valia a pena, a gente vendia 20, 30, 40 por semana. Hoje em dia a gente vende sete, oito, isso quem vende”, explica Sebastião.

PICOLÉS E BOMBONS AJUDAM A MANTER A RENDA

O jornaleiro Lauro Bonfim, 45, é um dos profissionais que resistem no ofício por 20 anos. Além das revistas, ele também vende recargas de celular, picolés, refrigerantes, sucos, cigarros, bombons, itens que têm ajudado na renda. Para manter a banca de pé, ele investiu nas revistas de coleções, HQs e gibis, produtos mais procurados hoje em dia. Apesar de não utilizar as redes sociais, Lauro trabalha próximo a uma escola e da Feira da 25, ponto estratégico para a venda dos itens, além de se dispor a ligar para uma lista de clientes quando chega algum produto. A atitude firmou um público consumidor variado que vai desde a criança ao idoso.

“O que morreu mesmo foi revista de informação, porque tá tudo na internet: culinária, ponto-cruz, crochê, revista masculina. Eu vendo por causa do ponto estratégico, atendimento e fidelidade com o cliente. Por exemplo, numa coleção que são cem peças, eu me organizo e vou guardando as peças pra ele e fico me comunicando pra dizer que chegou. É um trabalho que é feito e sempre dá certo. A gente trabalha com parceria, não tem concorrência, trabalhando em equipe. Se vem um cliente aqui e eu não tenho mais a do X-Men número três, falo que o meu amigo ali tem”, relata o dono da Banca do Lauro.

ESTÍMULO

O servidor público Luís Barreto, 50, tem o costume de comprar revistas para o filho de 11 anos nas bancas. Ele conta que o gosto do menino por produtos de livraria foi estimulado pelos pais, que sempre focaram na importância da leitura para o garoto. “Eu compro figurinha, meu filho curte muito, e algumas revistinhas para ele, de super-herói, Turma da Mônica, que ele ainda gosta de ler, e álbum de figurinhas. Eu sempre estimulei a questão da leitura e pra ele é melhor o físico do que o digital. Então, eu sempre levei ele em livraria e nas bancas que têm muitas revistas de leitura mais rápida. Ele gosta muito do Campeonato Brasileiro e compro dia de domingo as figurinhas do álbum”, diz.

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