Os novos reajustes de 24,9% no preço do diesel, 18,8% no valor da gasolina e de 16,1% no botijão de gás de cozinha nas refinarias, anunciados pela Petrobras, passaram a vigorar a partir de ontem (11) e já devem impactar, principalmente, sobre o custo da alimentação e do transporte dos belenenses. Segundo a análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), a alta de quase 19% da gasolina já aumentou o valor encontrado nas bombas que, até semana passada, era comercializado, em média, R$6,64, podendo ser encontrado até R$6,89.
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Essa foi a segunda alteração oficial da empresa no valor dos combustíveis desde o dia 11 de janeiro deste ano. Naquele momento, a gasolina sofreu um reajuste de 4,85%. A mesma pesquisa do Dieese apontou que o diesel, com reajuste de quase 25%, era comercializado a R$5,99, em média, nos postos. Em janeiro, quando ocorreu o último reajuste, o diesel tinha sofrido um aumento de 8,08%, uma diferença de 16,82%. Já o gás de cozinha sofreu o primeiro reajuste desde outubro de 2021. Conforme o estudo do Dieese, naquela ocasião, o botijão de 13 quilos teve um aumento de 7,92%, o que corresponde a 8,18% de diferença em relação ao novo aumento de 16,1%.
ALIMENTAÇÃO
Após 57 dias de estabilidade, os combustíveis vendidos nas refinarias sofreram um novo aumento que deve causar impactos em cadeia, sendo visto como principal fator para o encarecimento dos alimentos. Isso porque o transporte dos itens até as feiras e redes de supermercados é feito predominante por meio das estradas, através dos caminhoneiros. Segundo o presidente da Associação Paraense de Supermercados, Jorge Portugal, no primeiro momento, os produtos de hortifrúti serão os mais impactados, já que o carregamento dos alimentos chega aos supermercados semanalmente. “Nós somos um estado que importamos bastante os alimentos a começar pelo hortifrúti granjeiro, principalmente as folhagens, a macaxeira, tomate, cebola e pimentão. Assim que for recebido é praticamente automático, com certeza o valor será repassado. Infelizmente afeta o preço final dos produtos”, afirma.
“O combustível é um dos componentes do frete. O próprio caminhoneiro e a transportadora não têm como absorver o preço do combustível e vai ter que repassar para o frete. Vamos sentir o impacto em torno de 1,5% a 2% nos alimentos. São vários fatores que já temos visto o aumento dos preços. Por exemplo, tudo o que é derivado do trigo já vai ter aumento. O pão, macarrão, bolachas vão ter aumento em função dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia”, explica o presidente da ASPAS, Jorge Portugal.
TRANSPORTE
A alta da gasolina deve continuar afetando aqueles que possuem veículo particular. Em contrapartida, o diesel é o combustível obrigatório em veículos pesados no Brasil. Com o reajuste de 24,9%, o aumento do preço desse combustível tende a impactar a população que necessita do transporte público para se deslocar. De acordo com Natanael Romero, diretor de operações do Sindicato das Empresas de Transporte (Setransbel), a tarifa dos coletivos de Belém, atualmente a R$3,60, poderá sofrer reajuste depois de quase três anos. A medida deve vir acompanhada da revisão anual da taxa, após autorização da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB).
“É bom lembrar que a receita das empresas vem diretamente da tarifa. O combustível corresponde a 30% do valor da tarifa e como aumentou impacta diretamente as empresas, que estão passando por grande aperto nesse período. Então, a gente entrega uma planilha de custos para serem calculados combustíveis, mão de obra, lubrificante, pneus. Isso é entregue para a SeMOB que também faz o estudo. Então, existe toda uma metodologia para chegar num valor da tarifa técnica. Se passa para cinco ou seis reais faria com que menos passageiros pudessem pagar. Teria que ter um aumento suficiente”, explica Natanael Romero.
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