O levantamento mensal realizado pela Federação do Comércio do Pará mostra que, no mês de abril, o nível de endividamento da população paraense continua crescendo nas famílias com ganhos acima de dez salários mínimos, ou cerca de R$ 12,120,00. A série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) referente à abril de 2022 mostra que, desde o início do ano essa parcela da população vem apresentando avanço mais acelerado no nível de endividamento do que aqueles que recebem parcela menor de renda familiar. Com 75,0% das famílias mais abastadas do Pará endividadas em abril, o percentual é 16,9% maior que o mesmo número de famílias nesta situação no mesmo mês do ano passado.
O total geral de endividados no Estado continua alto: com 65,6% de grupos familiares devendo, com 14,4% dessa parcela afirmando que não têm como pagar as dívidas. No grupo com renda até dez salários mínimos, o percentual de endividados chegou a 64,6% das famílias no Pará em abril deste ano, contra 59,3% no mesmo mês em 2021, ou 5,3% a mais. Nessa faixa salarial, o indicador de contas/dívidas atrasadas é de 32,7% das famílias. Já entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o percentual e de 17,0%, mostrando que a situação não mudou muito desde abril do ano passado, quando essemontante era de 17,4%.
O percentual da população paraense que afirmou ter dívidas com cartão de crédito é de 78,2%, sendo que, aqueles que ganham mais (acima de dez salários mínimos) é 81,8% e os abaixo dessa faixa representam 77,8% do total de famílias entrevistadas. As duas faixas salariais apresentaram aumento em relação a abril de 2021, quando 75,3 que recém menos que dez salários responderam ter dívidas no cartão e 70,0% dos que recebem mais de R$ 12 mil revelaram deveras operadoras de cartões.
Chama atenção no levantamento do mês passado o aumento da dívida de famílias paraenses que recebem salários acima de R$ 12 mil com as parcelas do financiamento da casa própria: o percentual subiu para 40,9% em abril de 2022 contra apenas 8,0% mesmo mês no ano passado.
Já os que recebem menos salários mostram que somente 3,7% devem parcelas de financiamento imobiliário, pouco acima do total de 3,3 pontos percentuais daqueles que responderam o mesmoquestionamento em 2021.
Um total de 27,8% das famílias entrevistadas respondeu que acumulam dívidas há mais de um ano, sendo que 25,8% fazem parte dos grupos familiares que recebem menos de dez salários e 47% acima dessa faixa salarial. Os dados revelam que houve queda no número de famílias que recebem menos de dez salários e que mantém dívidas há mais de um ano: queda de 55,5%. Por outro lado, houve aumento de 13% daqueles que ganham mais e que devem há mais de um ano, quando comparadas as respostas dadas em abril de 2022 com abril de 2021.
Quando a pergunta feita é sobre a proporcionalidade da parcela da renda familiar comprometida com dívidas (cheques pré-datados, cartões de crédito, carnes de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguro), 61% responderam que esse comprometimento é de 61%, sendo 62,4 dos que recebem menos de dez salários e 48,5%dos que recebem mais.
Segundo a pesquisa, a tendência de alta no endividamento se mantém ainda com os juros de mercado mais elevados. A responsável pelo levantamento no Pará é a economista Lúcia Cristina de Andrade Lisboa. Uma das preocupações da Confederação Nacional do Comércio (CNC) é a inflação alta e persistente, com o IPCA em 11,3% ao ano.
VILÃO / CARTÃO DE CRÉDITO
- Em nível nacional, o cartão de crédito segue como o grande vilão, ou seja, o tipo de dívida mais comum entre os consumidores, apesar de oferecer os custos mais elevados.
- O endividamento no cartão de crédito foi a única modalidade que apresentou aumento em abril deste ano, representando 88,8% de famílias com dívidas.
- Isso revela que o endividamento está ocorrendo essencialmente no consumo de curto prazo.
- O tempo de comprometimento com dívidas caiu novamente em abril (7,1 meses), com mais pessoas endividadas no período de até três meses (25,1% do total de endividados).
- Já o percentual de endividados por mais de um ano segue em queda, representando 32,9% dos endividados.
FONTE: FECOMÉRCIO/PA
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