Quando líderes comunitários e ambientalistas tomaram conhecimento da existência de estudos para a criação de um “lixão” no município de Bujaru, nordeste paraense, a revolta foi inevitável e com razão, tendo em vista principalmente os impactos que a suposta instalação de um aterro sanitário poderia provocar na região.

Como resultado, uma manifestação aconteceu e a rodovia PA-483, a Alça Viária, foi bloqueada por algumas horas na tentativa desesperadora de que a população fosse ouvida pelo Poder Pública e qualquer decisão relacionada fosse reavaliada.

Quando questionada, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) havia afirmado que não existia qualquer processo de licenciamento para a instalação de aterro na referida cidade, mas confirmou ter recebido uma carta solicitando informações sobre tal possibilidade.

“Complexo industrial para resíduos”

Nesta segunda-feira (8), a Guamá Tratamento de Resíduos, que opera o aterro sanitário de Marituba, emitiu um comunicado afirmando que tem seguido trâmites de uma consulta preliminar com a própria Semas para a instalação de um complexo industrial. Em nota, a empresa afirma que as instalações custarão, ao todo, R$ 50 milhões.

“O complexo será composto de usina de triagem de resíduos recicláveis, pátio de compostagem, usina termoelétrica e Centro de Educação Ambiental, além do próprio aterro”, detalhou.

A Guamá garante que os estudos visam “buscar uma solução para atendimento dos serviços de destinação final de resíduos dos municípios de Bujaru, Acará e da Região Metropolitana de Belém (RMB)” e que, a partir disso, será possível encerrar os demais lixões existentes na região

A G.T.R. disse ainda que estudos de Impacto Ambiental, além de um Relatório de Impacto Ambiental, estão em produção e que serão apresentados para a Semas e para a sociedade civil até o final desse ano, por meio de audiências públicas, seguindo o processo de licenciamento.

“O objetivo da empresa é apresentar uma solução para atendimento dos serviços de destinação final de resíduos dos municípios de Bujaru, Acará e da Região Metropolitana de Belém (RMB), possibilitando o fechamento dos lixões existentes na região. O atual aterro no município de Marituba tem previsão de encerrar suas atividades em agosto de 2023”, justificou a Guamá, através de nota.

No ano passado, as prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba, da empresa Guamá Tratamento de Resíduos Sólidos Ltda, Procuradoria do Estado do Pará (PGE) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade entraram em consenso pela prorrogação do funcionamento do Aterro Sanitário de Marituba, cujo prazo venceria no final de maio de 2021, até 31 de agosto de 2023. O acordo, na época, foi homologado pelo Tribunal de Justiça do Pará.

Até o final de 2022, a empresa revelou que irá apresentar para a sociedade estudos e relatórios ambientais sobre o tema Foto: Arquivo/Diário do Pará

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