A perícia nos animais encontrados sem vida no Bosque Rodrigues Alves, em Belém, começou ainda no mês junho deste ano. O trabalho que ficou a cargo da Polícia Científica do Estado do Pará concluiu o motivo das mortes.

Os animais da espécie Macaco-de-Cheiro foram detectados com toxoplasmose, doença causada por um protozoário adquirido ao ingerir alimentos contaminados ou contato com fezes de animais doentes.

“Todos os animais foram encontrados com as mesmas características. A suspeita inicial era de envenenamento, intoxicação, mas o resultado da perícia apontou de fato para a toxoplasmose. As causas podem ser alimentos infectados e muitas vezes oferecidos aos animais por quem passa ali pela frente.” disse Gabrielle Cardoso, Perita Criminal responsável pelo exame.

Peritos da Polícia Científica do Pará divulgaram laudo nesta sexta (19).
📷 Peritos da Polícia Científica do Pará divulgaram laudo nesta sexta (19). |Reprodução

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A reunião na sede da Polícia Científica do Estado contou com a participação de diretores do Parque Zoobotânico e com o diretor da Delegacia Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal, Waldir Freire.

Segundo ele, o inquérito que investiga os óbitos dos animais será concluído ainda estes dias, mas que o trabalho de fiscalização vai continuar e pessoas que desobedecerem regras, como a de alimentar os animais, serão responsabilizadas.

“Ainda na próxima semana todo inquérito será finalizado, mas a parceria vai continuar nas fiscalizações e autuação de quem cometer algum tipo de delito com esses animais, se for o caso” continuou Freire.

Reabertura do Bosque

A previsão é que o Bosque seja reaberto para a visitação do público ainda este mês, nas comemorações dos 139 anos de fundação. Para isso a direção do espaço já se reuniu com funcionários e membros da Prefeitura de Belém. Novas medidas serão adotadas dentro e fora do Jardim Zoobotânico. A doença também teria sido detectada em animais vivos do local.

Para tranquilizar os visitantes, a perita diz que o protozoário não oferece risco aos frequentadores ou para quem transita frequentemente pelos calçadões do Bosque. 

No total, 19 macacos morreram na primeira quinzena do mês de julho deste ano. Os primeiros foram encontrados durante rondas de Guardas Municipais, na área internacional do Jardim Zoobotânico. O início dos trabalhos para saber o que tinha acontecido com os animais foi realizado pela Universidade Federação Rural da Amazônia. Desde então as visitaras estão suspensas.

Inquérito

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) informou que, no final da manhã desta sexta-feira (19), a Polícia Científica Renato Chaves entregou o laudo sobre a morte dos macacos no Bosque Rodrigues Alves para a Polícia Civil, a qual apura o inquérito sobre o caso.

Para ter acesso ao documento, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente já solicitou formalmente o laudo à Polícia Civil e aguarda o envio por esta autoridade policial.

No entanto, a Semma antecipou que o laudo confirma toxoplasmose, com a possibilidade de intoxicação pela ingestão de alimentos pelos animais. Todavia, não há indício de que tenha ocorrido de forma criminosa.

Mortes foram registradas em junho passado Foto: Arquivo

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