Só quem precisa utilizar diariamente os serviços dos ônibus coletivos, em Belém e nos municípios da Região Metropolitana, sabe o quanto é difícil quando a categoria anuncia paralisação. Invariavelmente, os transtornos para os usuários são enormes.
Na tarde desta quarta-feira (07), o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), anunciou que nesta quinta-feira (08) os profissionais da categoria irão realizar um grande protesto, por meio de paralisação dos serviços de transporte público na RMB.
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O objetivo da paralisação é chamar a atenção dos empresários para o reajuste de 12% que havia sido acertado, contudo, segundo eles, não ocorreu. “Infelizmente, a categoria foi enganada onde houve uma mediação na justiça do trabalho onde a categoria dos rodoviários tinha conquistado 12% de reajuste salarial onde foi 5% a partir de 1° maio e o restante 7° com desonerações. Só queremos o que é nosso por direito. Pedimos o apoio de todos os rodoviários”, disse a mensagem de convocação aos trabalhadores.
Um aviso, por parte do Sintram, também já circula nas redes sociais. “O Sintram não abrirá nesta quinta-feira (08), para exercer suas atividades, devido ação de protesto promovido por seus diretores e presidentes Huelen Ferreira, em lutar por nosso direito salarial referente aos anos de 2021 e 2022, acertado em acordo coletivo, com a participação do Ministério Público e o juiz do trabalho, com representantes do governo e das empresas, e não cumprido por parte dos mesmos!”, constava no aviso.
Veja o vídeo de convocação do Presidente do Sintram, Huelem Ferreira.
Setransbel se posiciona
Procurado pelo , o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário da capital (Setransbel) se pronunciou sobre a movimentação dos rodoviários. Em nota, a entidade ressalta que "não foi comunicada sobre a possível paralisação dos trabalhadores rodoviários prevista para a quinta-feira (8)".
O Sindicato, ainda em nota à imprensa, "destaca que, tendo em vista o atual cenário financeiro do sistema que acumula um prejuízo mensal que ultrapassa os R$18 milhões, se torna impraticável a aplicação de novos reajustes salariais".
O comunicado também informa que "esclarecemos que o desequilíbrio financeiro das empresas é provocado pela diminuição de passageiros pagantes, os sucessivos aumentos do diesel e a redução na tarifa técnica, que mesmo calculada pela Semob (Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém) e aprovada pelo Conselho de Transportes em R$5,00 foi homologada em R$4,00, o que tem impossibilitado honrar com os custos elevados do sistema".
O Setransbel conclui que vale "levar em consideração que as despesas com pessoal representam cerca de 45% do valor da tarifa e, atualmente, as despesas com combustível se aproximam de 44%, o que torna insustentável a operação nas atuais condições. Por fim, destacamos que o auxílio do poder público, através de desonerações e subsídios, é o único caminho para o equilíbrio econômico financeiro do sistema sem onerar ainda mais o passageiro pagante, única fonte de custeio do setor”.
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