Com produção de 2.748 toneladas em 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cacau de Tomé-Açu, no nordeste paraense, alcançou quase R$ 33 milhões. Único com selo de Indicação Geográfica (IG), a produção envolve cerca de 970 cacauicultores em uma área colhida de 3.770 hectares.
Francisco Sakaguchi, produtor de cacau daquele município, esteve na última semana expondo a produção durante o Festival Internacional do Cacau, o Chocolat Amazônia, no Hangar, em Belém.
“Como produtor de chocolate, é a primeira vez que estou participando desse evento. Faço alguns produtos derivados do cacau, massa de cacau, o chamado cacau artesanal, o pão, a manteiga, o cacau em pó. Nisso já tenho um nicho de mercado bem considerável. Temos que mostrar a cara, temos o selo da IG, é bom já usar todos os recursos para agregar valores no nosso cacau”, afirma Francisco.
A Indicação Geográfica é um instrumento da lei de propriedade industrial que ajuda a dar visibilidade ao produto, a partir da forma e da região onde ele é beneficiado. O cacau foi o primeiro produto paraense a receber esse selo, em 2019, e para conquistá-lo teve parceria com diversas organizações, como o Sebrae.
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“Levamos os agricultores para participar em seminários e eventos, inclusive para Ilhéus (BA) para que eles pudessem ver como é que funciona todo o processo de análise das amêndoas. E para finalizar esse convênio, nós estamos adquirindo um software que vai ser trabalhado por eles. É essencial no acompanhamento e na rastreabilidade do cacau para garantir que a indicação geográfica realmente seja um produto é que se apresenta ao consumidor da melhor forma possível e como ele foi descrito nos cadernos de especificações que foram depositados no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial)”, comenta Márcia Tagore, engenheira agrônoma da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).
O modo como é cultivado o produto é o grande diferencial do cacau de Tomé-Açu. O local adota um modelo de agricultura sustentável, desenvolvido pela comunidade nipo-brasileira, que vive na região. “As nossas amêndoas provêm dos nossos sistemas agroflorestais de Tomé-Açu, que são consórcios de diversas espécies plantadas em uma mesma área que convivem de forma harmônica, imitando-se ao máximo a natureza, ajudando- se mutuamente. É a forma mais indicada pelos nossos pesquisadores a se praticar uma agricultura na região amazônica”, explica Sílvio Shibata, coordenador do Conselho Regulador da IG do Cacau de Tomé-Açu e presidente da Associação Cultural e Fomento Agrícola de Tomé-Açu (ACTA).
Entre os destaques desde o reconhecimento da IG, Tomé-Açu começou a exportar a amêndoa de cacau para a maior indústria de chocolate do Japão, a Meiji Holdings. “
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