Um médico, identificado como Allan Henrique Fernandes Rendeiro, de 65 anos, está sendo acusado de fazer campanha política na hora do parto. O caso aconteceu em uma maternidade, em Belém.

No vídeo, gravado pelo próprio médico, Allan Rendeiro afrontando os pais do bebê dizendo que o pequeno Gael já nasceu bolsonarista e irá votar em Bolsonaro. "Eu sou Gael, já nasci 22 e vou votar no Bolsonaro". disse.

O médico continua falando: "eu vou começar a reclamar aqui no hospital para diferenciar o negócio do pai, eles botam uma roupa vermelha. O doido não vem dizer que vai votar no Lula [...] rapaz tu quer que eu vá já embora e nem opere ela", comentou o médico sobre o pai da criança. No vídeo, é possível ver os pais se sentindo intimidados com as declarações de Allan.

Em seguida, sem respeitar o pós-parto da mulher, ele se dirige até a mãe do bebê, que ainda está deitada na maca, e diz que ela irá votar em Bolsonaro no segundo turno da eleições, no próximo dia 30 de outubro. "Essa aqui é a mamãe do Gael, dia 30 ela vota...22! Vou mandar pro Bolsonaro esse vídeo que ele está em uma live especial", finalizou o médico. A mulher apenas "sorrir" e não confirma a indicação de Allan Rendeiro.

O vídeo foi postado nas redes sociais do médico Allan Rendeiro e ainda estava disponível na manhã deste sábado (22), mas, logo em seguida, foi apagado. 

Médico bolsonarista intimida pais na hora do parto em Belém
📷 |Reprodução

Internautas chegaram a comentar na publicação do médico Allan Rendeiro, antes dela ser apagada, repudiando a publicação. "Que falta de profissionalismo", "Absurdo", entre outros comentários.

Médico bolsonarista intimida pais na hora do parto em Belém
📷 |Reprodução

Através de nota enviada por email, o médico Allan Rendeiro, que detalha já ter realizado mais de 5.000 partos aos longos dos 40 anos de exercício profissional, afirmou desconhecer o referido vídeo e o que foi dito nele. "Agora a pouco verifiquei o aplicativo onde publico vídeos sobre o nascimento de crianças que tenho a felicidade de fazer o parto e pergunto aos pais se existe alguma objeção sobre publicar os vídeos. Existem centenas de vídeos publicados e não se coadunam com os dizeres a mim atribuídos", diz a nota enviada ao DOL. 

Procurada para esclarecer sobre o caso, a maternidade informou que não tem conhecimento do ocorrido. O DOL também aguarda posicionamento do Conselho de Medicina do Pará.

Veja o vídeo:

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