Ainda é comum ouvir de algumas pessoas, especialmente dos antigos, a lenda da “Rasga Mortalha”: quando essa espécie de coruja sobrevoa por uma residência, provocando sinal de mau agouro. Muito conhecida nas regiões Norte e Nordeste, a lenda lamentavelmente traz um triste fim para esses animais.
Chamada de “coruja de igreja” ou “Suindara”, a Rasga Mortalha até hoje é vítima de violência e preconceito popular, seja atirando pedras ou forçando uma captura, ambas situações que irão provocar sérias lesões ou a morte desse belo animal.
Homem ouve pássaro, diz que é sinal de morte e é assassinado
“As pessoas atiram pedras, dão tiro e provocam lesões que em sua maioria das vezes leva ao óbito desses animais. Nós já recebemos animais com traumas provocados por agressão, e ultimamente, temos recebido filhotes dessas corujas”, lamenta a professora Ana Silvia Ribeiro, coordenadora do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
Rasga Mortalha é sinal de sorte
Diferente do que contam as lendas, ter essa corujinha por perto nada mais é do que uma verdadeira sorte! Elas possuem um importantíssimo papel na biodiversidade, contribuindo para o equilíbrio ecológico. Trata-se de uma espécie carnívora que se alimenta de roedores e pequenos mamíferos, anfíbios, pequenas aves e insetos.
“Não podemos deixar que as lendas populares sejam justificativas para a prática da violência contra elas. Ela é uma espécie carnívora, que se alimenta de roedores e pequenos mamíferos, anfíbios, pequenas aves e insetos. Nos ambientes urbanos é uma controladora de roedores e insetos, com um papel ecológico importante”, explica a professora.
Como elas agem?
A Suindara, da espécie Tyto furcata, possui um timbre agudo, que é emitido frequentemente durante seus voos. “Para os leigos, soa como um grito forte. O objetivo pode ser um som de alarme ou interação social entre os indivíduos”, esclarece.
Reconhecer uma é muito fácil: ela possui um disco facial em forma de coração, olhos escuros e pequenos, penas relativamente grandes, além de plumagem predominantemente branca e parda.
“São animais que caçam principalmente nas primeiras horas da noite ou antes do amanhecer e, preferencialmente, se alimentam de roedores e invertebrados. No ambiente urbano se abrigam em forros dos prédios residenciais, torres de igrejas, e lá fazem seus ninhos”, diz.
Encontrou uma Rasga Mortalha dentro de casa? Não precisa de pânico!
Se o animal estiver machucado, procure, avise ou entregue-o para um órgão ambiental do seu município. Em Belém, você pode procurar a Semas, que encaminhará o animal até um veterinário especializado, que pode ser o CETRAS UFRA, o HOVET da UFPA ou algum outro centro.
Caso o animal esteja saudável, acione o Corpo de Bombeiros, o IBAMA ou a SEMAS para que possam ir até a sua casa e retirar o animal cuidadosamente. Muitas vezes, quando estão abrigadas, essas corujinhas estão com ninhos e filhotes.
Quer saber mais sobre a Rasga Mortalha e ajudar a dar um basta na violência contra esses animais? Conheça uma cartilha lançada pelo Ibama, em Sergipe: clique aqui
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar