Problemas financeiros são capazes de tirar o sono e o sossego das pessoas que, muitas vezes, passam por isso pelo simples motivo de não conseguirem organizar as suas finanças. Os especialistas da área econômica defendem a importância da educação financeira para que os cidadãos consigam lidar com as finanças de forma assertiva. E o assunto não deve limitar-se à vida adulta. Ao contrário disso, quanto mais cedo o cidadão colocar a educação financeira em prática, mais bem-sucedido ele será nessa área.
A população mais jovem tem demonstrado cada vez mais interesse pelo tema. Foi o que apontou uma pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), no período de 10 e 21 de outubro deste ano, que ouviu 21.513 jovens na faixa etária entre 15 e 29 anos. O objetivo do levantamento foi saber se o público consegue poupar dinheiro e se possui metas para utilizar esses recursos.
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A maior parte dos entrevistados, 39,79% (8.560) informou ter uma poupança para guardar parte do valor recebido mensalmente. Outra grande parcela, 32,89% (7.076), informou que guarda para estar preparada para algum imprevisto. Outra parte respondeu que está poupando para quitar dívidas, sendo 11,91% (2.563). Já 9,69% (2.085) apostam na previdência privada. E, por fim, para 5,71% (1.229) dos entrevistados, muitas despesas são desnecessárias.
De acordo com o economista e educador financeiro, Luiz Carlos Silva, o próprio Conselho Federal de Economia recomenda que a educação financeira seja uma disciplina permanente na grade curricular das instituições de ensino para que crianças e jovens aprendam a lidar desde cedo com o consumo de forma consciente. “É uma excelente notícia perceber que os jovens estão trilhando esse caminho, porque a população em geral não tem a consciência de poupar. As pessoas são imediatistas para o consumo. O Conselho Federal de Economia defende que a educação financeira seja uma matéria curricular para formar uma nova sociedade de consumo, já que os recursos naturais são escassos”, disse.
CONSCIENTIZAÇÃO
Para o especialista, o mais importante é criar o hábito de poupar, seja o jovem que está num estágio ou aquele que atua como menor aprendiz. E iniciar guardando esse valor na poupança é a forma mais fácil. “Apesar de render muito pouco em relação a outros investimentos, é seguro e a pessoa pode dispor desses recursos a qualquer momento. À medida que as pessoas forem se educando, é recomendável procurar outras formas de investimentos mais rentáveis. Hoje, o queridinho é o tesouro direto. E quando desejar comprar um bem, é importante ter essa reserva para que possa, inclusive, negociar o preço. Quando você não tem o recurso e precisa fazer um financiamento, ao invés de ter possibilidade de reduzir, terá o valor aumentado devido aos juros”, esclareceu.
É possível começar uma poupança reservando 10% do salário mensalmente. Ter metas e objetivos para aplicar aquela reserva é uma forma de motivar o hábito de poupar e evitar o consumo por impulso. Além disso, o consumidor precisa estar precavido diante dos imprevistos que acontecem.
O jovem pode definir metas como, por exemplo, ter uma reserva para custear os estudos ou até mesmo para planejar uma viagem, conforme explicou Luiz. “É superimportante ter as contas organizadas e saber que tem uma reserva, porque acontecem imprevistos e aquela quantia guardada vai dar tranquilidade para encarar isso. O estagiário pode receber um salário, mas se conseguir poupar 10% desse valor, ele vai criando o hábito de poupança e investimento. O consumo por impulso é muito ruim para a sociedade como um todo. A gente é bombardeado diariamente por propagandas e, às vezes, consome para satisfazer outras pessoas. É importante ficar atento e ter mais cuidado na hora de consumir”, orientou o economista.
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