Ex de ministro de Lula chama Belém de "vira-lata" em post

O novo governo Lula segue apresentando os seus ministros para os próximos quatro anos. Entre eles, o advogado e ativista Silvio Almeida. Nesta quinta-feira (22), ele foi anunciado por Lula (PT), como o novo ministro dos Direitos Humanos do Brasil. No entanto, em Belém, o nome do também escritor repercutiu ainda mais depois de uma postagem nas redes, feita por uma professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), que se diz ex-namorada dele. Contudo, na web, a publicação dela foi vista como xenofóbica.

A autora é Taylisi Leite, que é paulista e professora no curso de Direito da UFPA. Nesta sexta-feira (23), a docente surpreendeu seus seguidores e publicou em seu perfil no Instagram, uma foto ao lado de Silvio Almeida. O que chamou a atenção, no entanto, foi a legenda utilizada por ela. Em sua fala, Taylisi comenta sobre reconhecimento profissional e machismo, mas se refere ao povo belenense como “vira-lata” e “povo de tão baixa autoestima”.

Em seu texto, a professora tenta explicar que se acha desvalorizada como profissional e, na capital paraense, ninguém reconhece o seu valor. Segundo ela, é necessário que se reafirme todos os dias. “Olha, eu sou relevante, sou a feminista marxista mais importante da América Latina, tenho uma história, as pessoas me respeitam”, disse, atribuindo um título a si mesma que sequer existe e ignorando outras feministas e pesquisadoras do tem com renome no continente.

“As pessoas do Norte ainda não entenderam quem é Taylisi Leite [...] é triste que, no Pará, não consigam me ver com a relevância que tenho no país e no mundo”, continuou.

Na web, a fala da professora foi entendida como soberba e xenofóbica. Internautas comentaram e compartilharam respostas sobre o assunto, nas redes. "Professora Taylisi eu admiro muito o seu trabalho e suas posições em geral, não por vc ser paulistana ou ter sotaque, destaco logo. Mas, enfim, fiquei até decepcionado”, disse um seguidor. “Lamentável ver a que ponto chega o egocentrismo de alguns profissionais no meio acadêmico”, disse outra pessoa.

Com a repercussão negativa na web, a professora apagou o post. Por volta das 16h horas da sexta-feira, a professora escreveu dois posts no Twitter, tentando se retratar: "Acho que fui mto infeliz na escolha das palavras. Eu só quis dizer q eu gostaria que Belém valorizasse as coisas do Pará, e não só o que é de fora. Pessoas e profissionais de todas as áreas. Que eu gostaria de ser respeitada e estou triste por não ser. Mas me expressei mal".

Ela acrescenta ainda: "justamente por ser alguém de dentro de Belém, como moradora, cidadã, mesmo q eu não tenha nascido na cidade. Eu justamente critiquei essa bobagem sudestina, e fui interpretada como sudestina arrogante, sendo q estava dizendo o exato oposto: que SP NÃO é melhor".

Acho que fui mto infeliz na escolha das palavras. Eu só quis dizer q eu gostaria que Belém valorizasse as coisas do Pará, e não só o que é de fora. Pessoas e profissionais de todas as áreas. Que eu gostaria de ser respeitada e estou triste por não ser. Mas me expressei mal.

— Taylisi Leite (@taylisi) December 23, 2022

A reportagem do DOL entrou em contato com a assessoria de comunicação da UFPA e aguarda um posicionamento.