Entressafra faz preço do açaí pesar no bolso do paraense

Imponente, o açaí é um dos maiores representantes da gastronomia paraense. Fonte de fibras, vitamina E, vitamina C, ômega-9 e anticitocinas, também é fonte de renda para muitas famílias da capital que vivem da venda do fruto, além de ser o principal alimento na mesa de muitas famílias paraenses.

Contudo, o produto está no período de entressafra, o que faz com que o preço dispare tanto para quem vive do comércio de açaí quanto para quem o consome assiduamente. Segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), o preço do litro do fruto-símbolo da alimentação da região amazônica sofreu alta acima de 15% comparado a janeiro do ano passado. A tendência para este mês de janeiro de 2023 é de novas altas no preço do produto.

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Ainda de acordo com a pesquisa, o litro de açaí do tipo médio, mais consumido pela população paraense, custava em média, em novembro do ano passado, R$ 16,65 na Grande Belém e encerrou o ano de 2022 com o preço médio de R$ 19,28. Ou seja, ficou quase 16,00% mais caro comprar açaí em dezembro do ano passado do que no mês de novembro de 2022. Nos últimos 12 meses o produto obteve um reajuste de preço acumulado de 3,38%.

VARIAÇÃO

Vale ressaltar que os preços do açaí variam em função dos vários locais de vendas espalhados pela cidade como feiras e supermercados que comercializam o produto. E, assim como o preço, o consumo também é diferente levando em consideração a renda das famílias. Na Terra Firme, bairro periférico de Belém, onde os vendedores são muito conhecidos e o consumo dos moradores é frequente, Clemilda Faro, 64 anos, é funcionária de um ponto de açaí do bairro e trabalha há cerca de 10 anos com a venda do produto. A vendedora comentou que a lata do fruto tem custado em média R$ 100,00, o que pesa no orçamento. No estabelecimento, o litro do açaí médio está sendo comercializado a R$ 20,00.

Fora o custo para manter a qualidade do produto, que vem das ilhas de Belém e é fresco, o estabelecimento também cumpre todas as normas do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa/Sesma), o que demanda capital para manter a qualidade e higiene para o comércio do fruto. “A venda caiu um pouco, porque o consumo vai de acordo com o poder aquisitivo de cada um. Mas também com os custos que a gente tem, com controle de qualidade, higienização e tudo o mais, não temos como manter o preço. Ele sobe mesmo, mas o consumo dos moradores das redondezas não acompanha e cai”, complementou a vendedora.

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Já em outro ponto da cidade, no bairro Umarizal, o ponto de açaí localizado na Rua Antônio Barreto, onde o açaí do tipo médio é vendido a R$ 22,00 o litro, uma funcionária ressalta que as vendas não caíram até o momento. Mesmo com a alta no preço do produto, os clientes continuam consumindo e, ao contrário do que acontece nas periferias da cidade, é comum que no período da entressafra do açaí, que pode ir de janeiro a agosto, o consumo da cliente se mantenha fiel, mas com a escassez do fruto, não dá para quem quer.