Seja para trabalhar ou fugir do trânsito, o certo é que as motocicletas já ultrapassam a quantidade de carros no Pará. A confirmação é feita pela Secretaria Nacional de Trânsito e Registro Nacional de Veículos Automotores, do Ministério da Infraestrutura, que apontou que dos 2.478.988 veículos nas ruas, 717.999 correspondem a carros pequenos, médios e picapes, enquanto que 1.058.388 são os de duas rodas, o que corresponde a quase 43% do número total. O restante é formado por caminhões, carretas, etc.
Numa rápida passada pelo trânsito de Belém, é possível perceber o grande número de motos nas ruas. Elas estão em meio aos carros no trânsito intenso, com muitos motociclistas em atos de imprudência, como trafegar na contramão, subir calçadas, entre outras coisas, com espaços exclusivos em frente aos carros nos semáforos em vermelho refletem a realidade da pesquisa.
Segundo os motociclistas, um dos motivos para o crescimento do número de motocicletas em relação ao número de automóveis se deve à praticidade. “Não tem comparação, enquanto um carro fica preso por horas no trânsito, principalmente em engarrafamento, a gente na moto se livra fácil dessas situações, o que faz a gente ganhar tempo, principalmente a não atrasar”, disse Marcelo Freitas, 38, marceneiro.
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Outro possível motivo para o aumento do número de motocicletas se deve ao fato dos veículos serem usados como meios de trabalho, como mototaxistas e, sobretudo, a inclusão nos aplicativos de delivery de alimentos e o de transportes. “Sou mototaxista e acumulo com o de entregas de encomendas e percebo como tem pessoas comprando moto para entrar nesse trabalho”, declarou Carlos Lopes, 47.
“Desde quando os aplicativos de transporte incluíram motocicletas no serviço, me dediquei para comprar uma e começar. Tenho meu trabalho, mas vi nisso uma oportunidade para aumentar a renda e conheço muitas outras pessoas que fizeram o mesmo. Talvez isso explique o aumento de mais motos, a ponto de ultrapassar o número de carros”, disse João Xavier, 23, motociclista de aplicativo.
A economia na hora de abastecer o veículo também explica o aumento no número de motocicletas frente aos automóveis. “Antes eu gastava por mês mil reais com carro. Decidi vender e comprar uma moto e não gasto nem metade desse valor, e olha que a uso para ir para empresa e ainda trabalhar no aplicativo de entrega para complementar a renda”, opinou Paulo Jares, 45, vendedor.
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