As previsões indicam que o mês de fevereiro e o período das festas de Carnaval serão marcados por muita chuva em toda Região Metropolitana de Belém (RMB). Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia no Pará (Inmet-PA), a média de chuva para este mês é de 440 a 480 milímetros de precipitação, um aumento de 10% do que normalmente foi registrado em anos anteriores.
O diretor do Inmet no Pará, José Raimundo Abreu, contou que dos 28 dias do mês, apenas três ou quatro não terão qualquer tipo de chuva. “Estatisticamente, a RMB tem tendência e o mês de fevereiro é considerado um dos mais chuvosos do ano. Isso se dá devido à zona de convergência intertropical que se posicionou no 2º grau sul e no 2º grau norte, próximo a linha do equador, formando esse cinturão de nuvens carregadas”, explicou.
As chuvas previstas para o mês também possuem relação com outros dois fenômenos: o vórtice ciclônico em altos níveis (VCAN) e a Alta da Bolívia (AB). “Quando estes interagem um com outro, causa uma alteração nos níveis e o levantamento de ar quente. Assim, formando as nuvens carregadas que podem por sua vez causar chuvas de até 72 horas e com poucas interrupções”, diz José Raimundo.
Este ano, assim como quase em todos os outros, o desfile das escolas de samba do Grupo Especial de Belém deve ocorrer debaixo de chuva, principalmente aquelas que forem se apresentar no início da noite. “Levando em consideração este cenário que se apresenta e as temperaturas que vêm sendo registradas, tendo as mínimas entre 22°C e 24°C, há uma forte chance de termos chuvas nos dias 11 e 12, iniciando no período da tarde e adentrando a noite”, contou o diretor do Inmet no Pará.
Nos próximos dias, o sol deve continuar aparecendo entre nuvens nas primeiras horas da manhã e em alguns finais de tarde com temperaturas máximas podendo chegar a 32°C. “Mas neste mês de fevereiro ainda é muito possível que tenhamos amanheceres com chuva. À tarde, elas devem se intensificar com períodos mais fortes chegando a cair de 50 a 60 milímetros, depois ficando mais fracas e com aqueles chuviscos constantes”, prevê José Raimundo.
ALAGAMENTO
Belém é a capital que mais chove do Brasil, segundo o Inmet. Essa informação talvez explique porque a tradicional chuva da tarde resulta em transtornos na cidade. Na tarde de ontem (3), a chuva que caiu resultou em alagamento que gerou engarrafamento e outras dificuldades aos condutores de veículos, ciclistas e pedestres.
Um dos trechos atingidos pela cheia causada pela chuva foi no cruzamento da rua dos Pariquis e a travessa Quintino Bocaiúva. No local, a água alagou a via e calçadas, o que obrigou os condutores a voltarem em contramão para não correrem risco de comprometerem seus veículos. Ainda na rua dos Pariquis, mas na esquina com a travessa Rui Barbosa, a apenas dois quarteirões da primeira ocorrência, também houve registro de alagamento. Nos arredores, o volume da água atingiu um posto de gasolina, invadiu casas e comércios, deu prejuízos aos donos de veículos e obrigou as pessoas a meterem os pés na água suja.
A situação é ainda pior aos moradores da área, que convivem constantemente com a situação sempre que as fortes chuvas caem na cidade mais chuvosa do Brasil. “Quando começa a chover forte, bastam 10 minutos para alagar. Então, para ir na taberna, a gente precisa meter o pé no alagamento. Moro há 35 anos aqui e, desde que me entendo, essa situação acontece”, concluiu Carlos Alberto Santos, 35 anos, morador.
AGUACEIRO VAI CONTINUAR ATÉ ABRIL
Até o mês de abril, há previsão de chuvas acima do normal, em todo o território paraense, o que caracteriza o popularmente chamado inverno amazônico. É o que mostra o Boletim de Análise e Previsão Climática, divulgado pelo do Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico, da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Na previsão climática para o Estado está exposto que o acumulado de chuvas no trimestre, de fevereiro até abril, haverá predomínio de chuvas nas categorias acima do normal e muito acima do normal no extremo norte do Pará, incluindo a Região Metropolitana de Belém, e acima do normal entre a porção norte e central. Na faixa sul, onde está o município de Conceição do Araguaia, por exemplo, o acumulado do trimestre evidencia oscilação entre as categorias normal e abaixo do normal.
Os meteorologistas da Semas destacam também, no monitoramento de cheias das principais bacias hidrográficas do Pará, que Marabá, na região do sudeste do Pará, com nível atual em torno de 8,30 metros, está na categoria de atenção para inundação.
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