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INCLUSÃO DE ENSINO

Professora tem destaque internacional com projeto 

Tatiana Pará, pesquisadora do IFPA, foi selecionada como uma das 50 lideranças mundiais na área geoespacial ao propor a inserção de mulheres no mercado de trabalho no Estado

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Imagem ilustrativa da notícia Professora tem destaque internacional com projeto  camera Tatiana irá representar o Pará em evento mundial na Holanda, no mês de maio | FOTO: reprodução

De forma natural, mulheres abrem caminhos para que àquelas que vêm depois encontrem espaços em ambientes que, anteriormente, eram predominantemente masculinos. A professora agrônoma do Instituto Federal do Pará (IFPA) campus Castanhal, Tatiana Pará, 36 anos, é uma dessas mulheres e vem quebrando paradigmas, pavimentado o caminho de meninas que pretendem atuar nas áreas de geotecnologia e geoprocessamento.

A professora é fundadora do projeto “Meninas da Geotecnologia” que visa empoderar meninas e também meninos, por meio de minicursos que fomentam o uso e disseminação de práticas de ferramentas em geoprocessamento e geotecnologias, como subsídio à inserção no mercado de trabalho com foco no fortalecimento das mulheres enquanto profissionais em tecnologias digitais, produtoras de ciência e produtoras rurais.

Segundo Tatiana, o projeto nasceu em 2019, a partir do momento em que a professora percebeu que muitas alunas da área não estavam aderindo às disciplinas, o que resultava em evasão do ambiente de ensino. “A maioria dessas meninas são mães, se dividem entre a maternidade e os estudos, e são advindas de comunidades rurais. Ainda em 2019, o Meninas da Geotecnologia se tornou um projeto de extensão e saiu da IFPA, se estendendo às comunidades rurais e ribeirinhas onde eram realizados os mapeamentos das áreas. Hoje, a gente conta com 15 bolsistas, além de 20 voluntários, entre eles, professores colaboradores. O trabalho do projeto já tem braço no Marajó, Moju, Paragominas e alcança 800 mulheres de várias comunidades rurais dos municípios”, afirma.

Para além da capacitação profissional, o projeto também foi idealizado com base nas vivências que Tatiana enfrentou. Muitas delas passaram pela régua do machismo, que media sua capacidade intelectual e até mesmo as conquistas na área profissional. A professora agrônoma foi aprovada no concurso da IFPA em 2017, e revela que o assédio e o preconceito de gênero fizeram parte da rotina.

“Comentários de conotação sexual, que colocavam em dúvida meus méritos e capacidade intelectual e profissional, me acompanharam desde a graduação até a docência. A partir disso, percebi que não queria que esse ambiente afetasse também as alunas, porque já ouvi relatos de algumas que tinham vergonha ou não se sentiam capacitadas porque algum professor diminuiu sua habilidade pelo simples fator gênero. Hoje em dia, conseguimos diminuir essas situações e avançar um pouco mais no debate”, pontua.

PREMIAÇÃO

Em fevereiro deste ano, Tatiana Pará saiu na lista dos premiados selecionados pela Geospatial Word 50 Rising Star. A premiação destaca as lideranças mundiais, com até 39 anos de idade, que atuam com a diversidade, igualdade e inclusão na área geoespacial, com uso de tecnologia para fazer a diferença na sociedade onde atuam, o meio ambiente e a economia. Ela é a única brasileira em uma publicação composta por 50 jovens lideranças de 30 países. A premiação está prevista para ocorrer durante o Fórum Geospatial World entre 2 a 5 de maio, em Roterdã, Holanda.

Ansiosa pela premiação, a agrônoma conta que ficou surpresa quando soube da seleção, mas não considera este momento uma vitória apenas sua, mas de todas as mulheres que acreditaram nela, confiaram e ajudaram a executar o trabalho do projeto.

“Olha, espero conseguir levar nosso projeto todo documentado, estou trabalhando para isso. E, a partir dessa oportunidade, minha grande vontade mesmo é conseguir captar apoio, parceria e recursos para executar as políticas que queremos, nas comunidades que o projeto abraça. O maior prêmio mesmo é oferecer oportunidades, políticas públicas e enfraquecer cada vez mais o machismo. Nós, mulheres, só queremos respeito, equidade e oportunidades, nós queremos e podemos”, encerra.

"A maioria dessas meninas são mães, se dividem entre a maternidade e os estudos, e são advindas de comunidades rurais. O projeto de extensão saiu da IFPA, se estendendo às comunidades rurais e ribeirinhas onde eram realizados os mapeamentos das áreas”. Tatiana Pará, pesquisadora.

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