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PREVISÃO

Realização da COP 30 deve deixar legado para Belém

Possível escolha da capital como sede do evento anima quem trabalha em diversos setores, como o turismo, eventos e aplicativos

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Imagem ilustrativa da notícia Realização da COP 30 deve deixar legado para Belém camera O Hangar Centro de Convenções é um dos ambientes que deve ser usado na COP 30 | Maycon Nunes / AG. Pará

Belém foi anunciada como sede da trigésima edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, o maior encontro do mundo sobre o tema - para além do presidente da República, Lula (PT), do governador do estado, Helder Barbalho (MDB), e do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), diferentes lideranças mundiais já divulgaram apoio para a realização do evento na capital paraense.

Desde já, a possibilidade abre espaço para muitas expectativas relacionadas à movimentação da economia no período e até mesmo para algum tipo de preparação com foco em dar conta de diferentes demandas a serem significativamente aumentadas antes, durante e logo após a programação, que costuma durar cerca de uma semana.

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Se Belém for de fato a anfitriã da COP 30, é possível que isso seja algo ainda maior do que foi o Fórum Social Mundial de 2009, quando mais de 100 mil pessoas de todo o mundo estiveram na cidade para seis dias de programações que se dividiram entre os campi da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e outros locais.

“O FSM se deu em um contexto diferente do de agora, e a proposta da COP 30 é bem maior, tem discussão mais ampliada atrelada a uma visão muito maior do que se projetava em 2009: bioeconomia, crédito de carbono, economia verde, que são conceitos que surgiram agora, não só em função das variações climáticas negativas no mundo, mas pela necessidade de pautar o clima em função do que se vive mundialmente e do que o Brasil representa com sua fauna, flora e a perspectiva disso no futuro”, avalia o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), Everson Costa.

Para ele, a oportunidade de ter Belém como palco desse debate tem de servir para que o mundo conheça o Pará e a Amazônia. “Atravessamos uma pandemia que mudou as perspectivas da relação de produção e consumo. A tecnologia que a gente tem hoje, diferente da de 2009, vai permitir que o mundo inteiro participe da COP 30, pessoalmente ou virtualmente. É um contexto diferente e mais desafiador”, sugere.

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PONTES

Uma COP 30 em Belém poderá fortalecer pontes com o turismo; já temos o de negócios, o religioso, e essa é uma chance de reforçar turismo ambiental. Everson vê ainda um diferencial para investimentos no Pará, já que é o estado da região norte com o maior PIB e o 10º na produção de riqueza nacional.

“Poderíamos discutir riqueza natural fazendo relação com o desenvolvimento sustentável, mas trazendo reflexões e possibilidades de alavancar outros indicadores nossos que são ruins: a distribuição de renda per capita é muito pobre, somos a 16ª pior renda do Brasil e a 5ª pior renda per capita do Norte. Somos de um estado rico, mas de povo com dificuldades e renda muito baixa. O ganho seria na verdade para o país inteiro e para a Amazônia”, analisa o supervisor técnico do

Dieese/PA.

Everson atenta ainda para a importância de se discutir e efetivar a criação dos empregos verdes, que têm a perspectiva de não agredir a natureza. “É preciso pensar em estratégias também no campo da geração do emprego, com investimento em qualificação, pesquisa, inovação distante de discursos e vieses apaixonados e radicais. Ninguém quer derrubar a Amazônia, destruir rios e avançar com exploração, mas queremos desenvolvimento com geração de emprego e renda”, diz.

“Nossa população desempregada é de cerca de 347 mil no Pará, uma informalidade acima de 1, 5 milhão, dois milhões ocupados ganhando até um salário mínimo. É um retrato que incomoda bastante, então por que não uma agenda ambiental com perspectiva de desenvolvimento sustentável que possa trazer emprego, renda e melhorar indicadores? Temos potencial para crescer nisso”, afirma.

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