Uma rápida observação no trânsito de Belém é o suficiente para testemunhar inúmeras imprudências. Motociclistas trafegando em ciclovias e ciclofaixas, motoristas de automóveis em conversões proibidas, avanços de sinal, ciclistas em meio aos ônibus coletivos na pista expressa do BRT e até mesmo pedestres atravessando vias fora da faixa de pedestres são apenas alguns dos cenários que, não raro, resultam em acidentes fatais.
O acidente ocorrido, na tarde da última sexta-feira (5), no cruzamento da avenida Almirante Barroso com a travessa Angustura, no bairro do Marco, indica isso. Um motociclista de aplicativo, mesmo transportando um passageiro, desconsiderou a proibição de trafegar na via expressa para convergir para retornar ao sentido contrário da via, segundo testemunhas, sendo atingido em cheio por um ônibus do BRT.
No sábado, outro acidente no BRT. Dessa vez a colisão ocorreu na avenida Augusto Montenegro em frente ao Planetário. O ocorrido foi entre um ônibus e um carro particular. Desta vez, não houve fatalidades, no entanto, o motorista do carro ficou bastante ferido.
Na Augusto Montenegro, inclusive, a equipe do DIÁRIO flagrou motocicletas com três ocupantes, todos sem capacetes e trafegando na via expressa, em vias de risco de colisão com ônibus que trafegam oficialmente no espaço, assim como outros atos que indicam bem as infrações de motociclistas.
No entanto, os condutores de automóveis também adotam posturas irregulares. Ao longo da via, eles desrespeitam a sinalização, param em faixas de pedestres, convergem em pontos proibidos sinalizados por placas, assim como trafegam em alta velocidade. “É muito comum esse desrespeito na Augusto Montenegro, que coloca a nossa vida em risco. É por isso que sempre tem colisões que resultam até em mortes”, denunciou o pedestre Saulo Diniz, 33 anos, encanador.
Em dezembro do ano passado, a conversão proibida na via expressa, trecho que corresponde à rotatória do Satélite, fez com que uma viatura da Polícia Civil (PC) colidisse contra uma estação do BRT. O acidente resultou na morte de dois policiais, sendo apenas um, dos muitos exemplos, de como a imprudência no trânsito tem consequências mortais.
Mas, para os pedestres, grande parte dos atos de imprudência dos condutores se deve à falta de fiscalização dos órgãos responsáveis pelo trânsito da cidade. “A gente não encontra agentes de trânsito para organizar, chegam apenas depois que acontece um acidente. Se tivessem sempre presentes em toda a via, iriam coibir e evitar muitos acidentes, mas como são ausentes, os motoristas e os motoqueiros fazem o que querem aqui na Augusto Montenegro”, reclamou Inácio Lopes, 45, cozinheiro.
Resposta
Semob
Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) informa que mantém fiscalização regular com agentes de trânsito em rondas com viaturas e motocicletas, com apoio do guincho, para coibir imprudências e infrações nos principais corredores da cidade. Dentre as quais, o uso do espaço do ciclista e do BRT por outros tipos de veículos, realizando autuação quando há flagrante de infração.
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