Mais de 80 mil veículos trafegam por dia pela BR-316, principal via de entrada e saída de Belém. Milhares dessas pessoas não imaginam, ao passar pela pista, que no subsolo da rodovia está sendo implantado um sistema de drenagem completo, como nunca antes projetado nos mais de 40 anos em que a via foi criada. Além da drenagem convencional, uma das metodologias inovadoras utilizadas pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), responsável pela reestruturação da BR-316 nos 10.8 primeiros quilômetros, é o chamado “método não destrutivo”, em que a engenharia permite cavar pelo subsolo, sem necessitar abrir buracos ou interferir na rotina dos transeuntes.
Uma das etapas mais importantes da obra que está sendo executada na BR-316 é essa drenagem como um todo. De acordo com o NGTM, após executada a drenagem, os problemas com alagamentos, causados pelo acúmulo de água das chuvas, serão resolvidos. Hoje, o que ocorre é que as águas não têm para onde escoar, devido a drenagem existente em alguns locais ser insuficiente, em grande parte pela crescente ocupação urbana verificada nos últimos anos nos municípios da região metropolitana de Belém.
Ao longo de todos os 10.8 km, a BR-316 receberá drenagem longitudinal, que vai coletar nas pistas e despejar as águas pluviais em seus pontos de lançamento. “As drenagens convencionais são executadas através de escavações a céu aberto, posicionando a tubulação nas profundidades e declividades adequadas para o devido escoamento das águas, obedecendo rigorosamente o projeto. Em seguida é feito o reaterro das escavações, utilizando camadas de arenoso/areia compactadas, e finalizando com a terraplanagem e pavimentação asfáltica das pistas”, explica o Engenheiro Ruy Mendonça, diretor executivo do NGTM.
Por esse motivo são necessários os desvios de trânsito para os veículos em geral, nos quais são utilizadas as pistas de concreto, recentemente construídas para o futuro BRT Metropolitano, liberando as pistas antigas de asfalto para a execução das drenagens em comento. As equipes da obra precisam cavar as pistas de asfalto para este serviço específico.
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“Para um melhor entendimento, as redes de drenagem existem para conduzir as águas pluviais que incidem sobre as vias da cidade. As coletas das águas são feitas através de bocas de lobo (BL), posicionadas junto aos meio-fios/sarjetas nas laterais das pistas, que por sua vez as enviam para os poços de visitas (PV) através de tubulações de menor porte denominadas espinhas. Os poços de visita são interligados através das tubulações de drenagem de grande porte, desde o seu início até o seu lançamento. O lançamento das águas é feito em um corpo d’água, como um igarapé, um córrego ou um rio mais próximo, que é o seu destino final”, detalha Mendonça.
Além da drenagem longitudinal convencional, o NGTM trabalha com um método inovador, o chamado método não destrutivo, em que não há escavação. “Nesse método você não escava a céu aberto, o trânsito pode continuar por cima que não interfere na escavação subterrânea. A escavação se dá por debaixo da superfície do solo, como se fosse um túnel, com recobrimentos, em média, de 1,80 à 2,00 metros de profundidade, com toda segurança necessária. As tubulações utilizadas são em aço e com diâmetros que variam de 2,40 a 3,00 metros. Esse método será utilizado em locais em que as ruas são muito estreitas, nas quais as escavações tradicionais poderiam causar algum risco aos imóveis existentes, como também para situações em que as interrupções ou desvios de trânsito sejam impraticáveis”, afirma Ruy Mendonça.
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