Após três dias de programação, os Diálogos Amazônicos foram concluídos sob a seguinte máxima: é preciso ouvir a ciência, proteger os povos e evitar o ponto de não-retorno das florestas. O Hangar Convenções e Feiras da Amazônia recebeu cerca de 27 mil participantes inscritos entre sexta-feira (4) e domingo (6) e as conclusões desses encontros serão apresentadas na Cúpula da Amazônia, que começa na terça, dia 8, e vai até a quarta-feira, dia 9.
A organização do evento esperava algo em torno de quatro mil inscritos, expectativa superada em torno de 700%. O último dia de atividades iniciou com uma plenária sobre “Mudança do clima, agroecologia e as sociobioeconomias” que, dentre os que tiverem vez de fala estava a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
“Existe uma vantagem e desvantagem em fechar um conjunto de falas como essa: a desvantagem é porque o repertório, o compromisso, a competência, o conhecimento dos que te antecedem vão, de certa forma, esvaziando, no bom sentido, o seu discurso. E a vantagem é ser suportada que você nem pensou em dizer mas que foram ditas e que foram muito interessantes”, declarou ela.
A seguir, ela falou sobre a necessidade de se ter consciência do significado de toda a programação dos Diálogos Amazônicos. “Foram 14 anos sem convocação da cúpula dos países do tratado de cooperação amazônica. Era fundamental que nesse momento de mudança do clima, perda de biodiversidade e grandes desafios para os países amazônicos que a Amazônia se juntasse pelo seu povo e seus governos para fazer todos esses enfrentamentos”, reforçou.
Já a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou a criação do IPCC da Amazônia, que reunirá informações científicas sobre clima e biodiversidade. Inspirada no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, a iniciativa terá a participação de especialistas e pesquisadores para a consolidação das evidências científicas relacionadas à Amazônia.
O governador Helder Barbalho (MDB) participou de diferentes atividades nos três dias de evento, e falou sobre as expectativas de que os Diálogos Amazônicos resultem em propostas fortes que sinalizem ao planeta a responsabilidade ambiental da região ao tempo em que faz o chamamento para soluções que, de forma responsável, cuidem das pessoas.
“A Amazônia é protagonista das soluções da agenda climática e das urgências climáticas. Compreendo que estamos vivendo um divisor de águas em que a região assume o protagonismo fazendo um chamamento às populações locais e ao mundo para que todos enxerguem a Amazônia sob o olhar da floresta mas também convocando a todos para as soluções que garantam com que a sustentabilidade ambiental esteja de mãos dadas com a sustentabilidade social”, explicou.
BIOECONOMIA
O chefe do Executivo estadual apontou ainda a implementação do Plano de Bioeconomia do Pará, iniciativa pioneira no país, durante o evento “Diálogos sobre Bioeconomia Amazônica e Transformação Rural Inclusiva”, realizado neste domingo, 6.
“Durante um ano, fizemos diversas audiências públicas, um chamamento dos envolvidos e mapeamos 43 tipos de produtos que dialogam diretamente de forma sustentável com a floresta. Estes 43 tipos de produtos permitiram a projeção de alavancagem de 120 bilhões de dólares em negócios para a exportação produzidos pela floresta tropical do Pará que, claramente, se apresentam como nova vocação econômica e social para a nossa região, uma vocação que é central para a geração de empregos verdes e iniciativas que dialoguem com a oportunidade de ter uma floresta viva e preservada, mas não às custas do sofrimento das comunidades tradicionais”, detalhou o governador.
O ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), também participou do último dia dos Diálogos Amazônicos na atividade referente ao 7º Congresso Estadual dos Movimentos Populares (CMP). À ocasião, ele anunciou que começa nesta segunda-feira, 8, o cadastramento para o Minha Casa, Minha Vida Entidades, que deve resultar na construção de 28 mil unidades urbanas e 30 mil rurais.
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