Enfraquecer o crime organizado na região Amazônica é pauta prioritária para o novo trabalho de segurança e enfrentamento à crimes ambientais na Amazônia, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, após a reunião de Altos Dirigentes de Polícia sobre Crimes Ambientais na Amazônia, nesta segunda-feira (7), em Belém.
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Para isso, uma das principais medidas a serem implementadas será a criação do Centro de Cooperação Internacional, com sede em Manaus (AM), que será composto por países que integram o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA).
Segundo Flávio Dino, o projeto tem dois centros de comando nesse novo trabalho de segurança na Amazônia. Um deles se estabelece a partir de um comando regional das operações integradas dos nove estados, que terá um centro de comando para a integração das 34 novas bases, sendo 28 terrestres e seis fluviais.
"Além disso, teremos um centro de cooperação policial internacional com esses países que integram o TCA. Então, são trabalhos complementares e, por isso, nós escolhemos Manaus como a sede de ambos os centros pela posição geográfica e, para que com isso, esses centros possam trabalhar conjuntamente", ressaltou o ministro.
O valor do investimento é de quase dois bilhões de reais, garantidos por meio de recursos do Fundo Amazônia, do BNDES, e também do Fundo Nacional de Segurança Pública, para a implantação total dessa rede de proteção e de garantia da aplicação da lei na Amazônia Brasileira, nos próximos 12 meses.
“A criminalidade ambiental na Amazônia Brasileira mudou de patamar nas últimas décadas. Então, o centro, é evidentemente, a redução do desmatamento, redução dos indicadores de poluição ambiental, compreendendo que isto parte de um ambiente de criminalidade mais amplo, que envolve as facções”, pontuou.
O diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal, Valdecy Urquiza, compreende que o combate aos crimes transnacionais só pode ser executado com efetividade se houver essa operação entre as polícias de diversos países.
“A Polícia Federal tem trabalhado com a cooperação internacional em níveis cada vez mais elevados. Então, entendemos que o combate aos crimes ambientais só pode ser feito nessa atuação coordenada. Não apenas com os países aqui da região, mas também com os países que estão na rota ou até destino dos bens que são extraídos ilegalmente da Amazônia".
No que diz respeito ao narcotráfico que usa os rios da região como rota para a atividade criminosa, o diretor destacou que o trabalho integrado entre os países amazônicos é fundamental para a coibição dos crimes. “A bacia fluvial da região amazônica é muito integrada com os diversos países da região e se faz necessária essa atuação coordenada das polícias dos países da região, que precisam trabalhar trocando informações sobre aquela rota específica e a atuação das organizações criminosas que utilizam dessa bacia para o cometimento de crimes".
O evento reuniu autoridades e polícias de oito países (Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela, França (Guiana Francesa), da Ameripol e da Interpol. Ao fim, foi assinada uma declaração conjunta de compromisso com a finalidade de intensificar o compartilhamento de experiências e boas práticas no combate aos crimes ambientais, em especial na Amazônia.
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