A escolha de Belém como sede da COP 30, a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em 2025, instigou os deputados estaduais Lívia Duarte (PSOL) e Carlos Bordalo (PT), a proporem a realização de uma sessão especial na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).
Vários movimentos sociais, sociedade civil e instituições públicas governamentais e não governamentais participaram da sessão que debateu as questões climáticas, desenvolvimento sustentável e apoio para o fortalecimento da COP 30.
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Tão falada em edições anteriores da COP, a Amazônia, pela primeira vez, terá voz e vez na maior conferência mundial do clima. “Belém e o Pará precisam se preparar para receber a COP. Queremos nessa conferência discutir o derretimento das camadas polares e, principalmente, o que nos é caro, queremos discutir também da vida das crianças que morrem caindo de palafitas porque não tem saneamento, queremos pautar a Amazônia do centro", destacou Lívia.
O requerimento da sessão aponta que também é necessário o debate sobre "o desenvolvimento regional é pautado historicamente pela exploração predatória dos recursos da floresta, na escravização das populações amazônidas e na espoliação do modo de vida dos povos dos rios, das florestas e das matas".
Para o deputado Bordalo, para além do debate sobre a floresta e seus povos, é importante também discutir e pensar projetos voltados para as cidades, visto que 76% da população da Amazônia mora nas áreas urbanas.
“Temos grandes desafios para enfrentar, além do combate ao desmatamento na maior Floresta Tropical do mundo. A Amazônia está entre os piores territórios no ranking da falta de saneamento. Das nove cidades na Amazônia Legal com os piores índices do Brasil em fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, duas são da região metropolitana de Belém, que é a capital e Ananindeua”, aponta o parlamentar.
Outro tema lançado pelos deputados é o debate sobre a violência contra os defensores de direitos humanos e ativistas ambientais. "Precisamos discutir o assassinato de Chico Mendes, de Dorothy Stang, de Bruno e Dom, e a recente tentativa de homicídio do cacique Lúcio Tembé, em Tomé-Açu. Há décadas a Amazônia é esse território invadido, violado, explorado, dominado. A diversidade sociocultural e biológica está ameaçada. A retomada do protagonismo do Brasil na agenda climática global tem como elemento central a redução do desmatamento da Amazônia”, apontam o requerimento de Lìvia e Bordalo.
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