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PATRIMÔNIO

Casarões históricos de Belém “revivem” com novos usos

Parte da riqueza cultural da cidade, estes espaços, antes abandonados ou pouco visitados, foram ressignificados e hoje abrigam bares, restaurantes, hospedagens e até galerias de arte.

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Imagem ilustrativa da notícia Casarões históricos de Belém “revivem” com novos usos camera Antonieta Hostel. | Mauro Ângelo/Diário do Pará

Motivo de atenção não apenas pela característica histórica, como também pela beleza, muitos casarões históricos de Belém recebem novos usos que garantem uma reintegração ao cotidiano da cidade. Revitalizados para receber bares, restaurantes, hospedagens, espaços de cultura e arte, além de tantos outros usos, tais espaços são mantidos vivos e em integração com a diversidade de riquezas que compõem a capital paraense.

Antonieta Hostel
📷 Antonieta Hostel |: Mauro Ângelo / Diário do Pará

Fruto de um projeto idealizado há 10 anos pelas empreendedoras Joziane Alves e Fernanda Stefani, a Cas’Amazônia apresenta um olhar sobre uma Amazônia que, mais do que um lugar, é uma experiência.

Casarões de Belém precisam de revitalização urgente

“Nós temos aqui um coletivo de mulheres. Eu e a minha sócia acreditamos no potencial da Amazônia e, por isso, a gente resolveu fazer esse investimento”, conta Joziane. “Belém é um tesouro e um tesouro você não acha na rua, está muito escondido. E a gente via, desde aquela época, isso que o mundo está vendo agora. Eu moro aqui no território há mais de 15 anos, a minha sócia mora aqui há mais de 20 anos, então, a gente sempre viu a riqueza, a potência da história, da cultura, da gastronomia, da arte, da floresta”.

Laiana Santos
📷 Laiana Santos |: Mauro Ângelo / Diário do Pará

Joziane lembra que morou durante muito tempo fora do Brasil e, quando decidiu voltar, escolheu viver na Amazônia, onde ela já tinha morado na adolescência, aos 15 anos. Foi o ponto de partida para o futuro nascimento da Cas’Amazônia.

O passado chega ao presente em ruínas

“Eu morei durante 11 anos na Europa e as pessoas sempre me perguntavam se eu conhecia a Amazônia. Eu sou do Sul do Brasil e eu não conhecia a Amazônia. Eu já tinha morado aqui, quando eu tinha 15 anos, mas eu conhecia pouco, eu era muito jovem, menina ainda. Então, eu ficava muito triste porque o Brasil não conhece o Brasil, nós não conhecemos nosso país pelo tamanho do nosso território”, recorda.

“A gente só conhece a casa da gente quando a gente mora fora dela, quando a gente sai de dentro dela. E foi isso que aconteceu comigo. Eu saí do Brasil e me apaixonei pelo Brasil morando fora”.

Cas’Amazônia
📷 Cas’Amazônia |: Irene Almeida / Diário do Pará

Ao firmar morada em Belém, onde ela já empreende no ramo da bioeconomia há 10 anos, Joziane e a sócia Fernanda enxergaram com clareza o potencial do patrimônio histórico presente na cidade. Foi então que elas decidiram iniciar o projeto da casa, que passou por uma criteriosa reforma, contanto com a atuação de profissionais capacitados e especializados em restauração, e seguindo todas as exigências dos órgãos patrimoniais, sempre com o objetivo de preservar o máximo possível das características originais do imóvel.

Cas’Amazônia
📷 Cas’Amazônia |: Mauro Ângelo / Diário do Pará

Hoje, a própria casa - que funciona como local de hospedagem, programação cultural e eventos - se encarrega de contar parte dessa história, deixando à mostra peças e estruturas originais, além de uma galeria que documentou parte do longo processo.

“Nós decretamos que a casa seria uma inspiração para que as pessoas cuidassem da nossa cidade, da nossa região, do nosso patrimônio histórico porque um povo sem história, sem registros, é um povo perdido”, considera Joziane.

“Eu não inventei nada, isso aqui já foi construído há quase 100 anos. Eu simplesmente tirei a poeira para mostrar a beleza da cidade e da arquitetura daquela época. Então, a gente fez toda a parte elétrica, toda a parte hidráulica, estrutural e a gente fez preservando o máximo que a gente podia. Essa casa é uma colcha de retalhos, tudo que tem aqui foi reaproveitado”.

Casarões, chalés e monumentos contam história grandiosa de Icoaraci

O encantamento com o patrimônio histórico também foi o ponto de partida para que a arquiteta Laiana Santos desse vida, em 2020, ao Antonieta Hostel, café e bistrô. A CEO do hostel lembra que a vontade de trabalhar com o patrimônio histórico sempre existiu, mas o ponto de partida veio quando ela, por acaso, viu que o casarão instalado em plena avenida José Malcher estava para alugar.

“Eu sou arquiteta, apaixonada por patrimônio histórico, e quando eu entrei no turismo - eu já tinha um outro hotel antes da pandemia - eu sempre pensei na oportunidade de ter um hostel por conta de ter poucos hostels em Belém e por ser uma oportunidade de inserir um negócio em um patrimônio histórico”, recorda. “Então, era uma coisa que já tinha dentro de mim, essa pretensão de manter o patrimônio vivo”.

Antonieta Hostel.
📷 Antonieta Hostel. |Mauro Ângelo/Diário do Pará

Criado, inicialmente, apenas como hostel, com o passar do tempo o Antonieta se tornou também café e bistrô, mantendo a ideia de casa de vó. O nome Antonieta, inclusive, é em homenagem à avó de Laiana.

“Eu comecei na pandemia. Quando a gente estava terminando a reforma veio o primeiro lockdown. Aí eu acabei devolvendo o outro hotel que eu tinha, e que também era alugado, assim como esse aqui, e fiquei só com o hostel porque tinha mais a ver com as coisas que eu queria para mim, que era trabalhar com patrimônio, trabalhar com turismo, receber pessoas e aí o restaurante também agregava isso, o receber. A proposta do restaurante é ser uma casa de vó”.

Casarões refletem patrimônio bem deteriorado em Belém

O acolhimento proposto pelo espaço é um dos atrativos que encantam os clientes do hostel, mas também, e principalmente, o fato de ele possibilitar dormir em um casarão que integra o patrimônio da cidade.

“O nosso cliente gosta muito dessa proposta do casarão, de ver como era viver em um casarão centenário. Então, eles têm interesse em saber a história, mas esse casarão não tem uma história de personalidade relevante, o diferencial dele é que ele está em um conjunto arquitetônico de referência na rua, é a relevância arquitetônica mesmo. Então, os clientes gostam muito de ver como é e de ver ele sendo mantido em uso, vivo”, considera Laiana. “Tem muita gente de Belém que frequenta o espaço, tanto o hostel, quanto o café e o restaurante, por conta de ser um casarão, pelo ambiente do lugar”.

O nosso cliente gosta muito dessa proposta do casarão, de ver como era viver em um casarão centenário. Então, eles têm interesse em saber a história, mas esse casarão não tem uma história de personalidade relevante, o diferencial dele é que ele está em um conjunto arquitetônico de referência na rua, é a relevância arquitetônica mesmo”, Laiana Santos.

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