Projeções oficiais realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que daqui a apenas 37 anos, em 2060, cerca de 25% da população brasileira terá mais de 65 anos de idade, o equivalente a 58,2 milhões de idosos.
Mesmo antes de esse cenário se estabelecer, o país já vem observando é que os idosos de hoje não são os mesmos de anos atrás. Uma parcela cada vez maior da população consegue alcançar os 60 anos de idade com uma rotina absolutamente ativa, independente e cheia de gás para a realização de novos projetos e sonhos.
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Podendo usufruir de parte dos avanços proporcionados pela medicina no tratamento das mais diversas doenças e mais informados sobre os direitos que lhes protegem, os idosos de hoje querem garantir a sua independência, desenvolver novas habilidades, fazer novos amigos e, claro, serem ouvidos. Ainda que o tema da conversa seja uma simples lembrança do passado ou uma rotina da vida cotidiana.
Para conhecer essas e outras nuances da vida após os 60 anos – idade a partir da qual uma pessoa é considerada idosa, segundo o Estatuto do Idoso -, o DIÁRIO foi até o Centro de Convivência Zoé Gueiros, mantido pela Fundação Papa João XXIII, onde cerca de 300 idosos participam de atividades diversas para ouvir deles próprios como é viver uma vida ativa na 3ª idade. Com a palavra, a experiência.
As atividades desenvolvidas pelo Centro de Convivência Zoé Gueiros, mantido pela Prefeitura de Belém através da Fundação Papa João XXIII, são gratuitas e voltadas para pessoas acima de 60 anos de idade. A coordenadora do Centro de Convivência Zoé Gueiros, Gizelly Rocha, explica que o centro conta atualmente com 300 idosos. “Eles realizam atividade funcional, incluindo hidroginástica, pilates, alongamento, atividade manuais, memorização e também artes manuais, que é uma das oficinas mais procuradas em função do trabalho manual que é desenvolvido”, aponta. “É um trabalho gratuito, de qualidade, com atividades, com alimentação saudável e com tudo aquilo que o nosso o nosso idoso e a nossa idosa têm direito e precisam”.
Roberta Moraes, 72 anos.
Há mais de 5 anos eu participo das atividades do Centro de Convivência. Eu faço atividade cantando e dançando, mas um dia, quando eu peguei o microfone, me deu um negócio que eu não sei o que foi. Eu não desmaiei, não caí, mas eu só disse para a professora: eu estou com muita dor de cabeça. Só isso que eu lembro, não lembro de nada mais. A professora me acolheu, chamou a minha filha, eu fui para o Pronto Socorro e depois eu voltei, passou aquilo. E aí eu decidi ficar aqui de vez porque, na verdade, eu só tinha vindo aqui conhecer o espaço, mas eu fui tão bem tratada que eu fiquei de vez. Então, esse espaço para mim é uma terapia, um lazer, é um modo de viver saudável porque eu faço exercício, eu canto, eu danço e pra mim é uma coisa muito boa muito boa pro meu pro meu bem-estar. Eu moro só eu e Deus, então se eu ficar em casa, para mim não vai prestar, eu tenho que vir conversar com as minhas amigas, cantar, fazer tudo que o meu corpo e a minha mente pedem. Se eu parar, para tudo.
Tolentina de Araújo Moura, 65 anos.
Eu sou maranhense, tenho 65 anos, e eu só tenho que agradecer a Deus pela oportunidade de estar aqui e pelo conhecimento que eu estou tendo aqui porque, se não fossem esses professores, esses amigos, essas colegas, que uma ajuda a outra... Eu só tenho que agradecer por isso.
Raimundo da Silva Gomes, 74 anos.
“Nós podemos considerar que o Zoé Gueiros é a nossa segunda casa, onde nós aprendemos, através do grupo, a criar vínculos com outras pessoas. Eu e a minha esposa - Dalila da Silva Gomes, 73 anos - frequentamos esse Centro de Convivência há mais de 20 anos. Começamos com artesanato, pintura em tecidos, depois fizemos hidroginástica e estamos fazendo alongamento, então, para nós nos traz um grande benefício. Para mim e a minha esposa é uma grande satisfação e nós recomendamos às pessoas que têm mais 60 anos fazer parte de centros de convivência porque, como o nome já diz, convivência é aprender a conviver com os outros, aprender a criar vínculo com os outros e para nós é muito bom. Isso melhora na saúde e em todos os aspectos da vida”.
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